quinta-feira, 13 de setembro de 2012

BGSComunica: Rede Social Religiosidade Afro-Brasileira

BGSComunica: Rede Social Religiosidade Afro-Brasileira: No ar a Rede Social Religiosidade Afro-Brasileira A Rede Social Religiosidade Afro-Brasileira é voltada para a discussão da religiosidade d...

ORAÇÃO A SANTA SARA KALI



RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS




"Minha Mãe e querida Sara Kali,

que em vida atravessaste os mares

e com vossa fé levaste à vida novamente

todos que contigo estavam;

Vós que Divina e Santa és

amada e cultuada por todos nós,

mãe de todos ciganos e do nosso Povo

Senhora do amor e da misericórdia

Protetora dos Rom

Vós que conhecestes o preconceito e a diferença

Vós que conhecestes a maldade muitas

vezes dentro do coração humano

Olhai por nós

Derramai sobre vossos filhos, vosso amor

vossa Luz e vossa paz

Dái-nos vossa proteção para que nossos caminhos

Sejam repletos de prosperidade e saúde

Carrega-nos com vossas mãos e protegei nossa liberdade,

nossas famílias e colocai no homem mais fraternidade

Derramai vossa Luz nas vossas filhas, para que possam

gerar a continuação livre do nosso povo

Olhai por nós em nossos momentos de

dificuldade e sofrimento, acalmai nossos corações

nos momentos de fúria, guardai-nos do mau

e dos nossos inimigos,

derramai em nossas cabeças vossa Paz

para que em paz possamos viver

abençoai-nos com Teu amor

Santa Sara Kali, que ao Pai celestial possas levar

nossas orações e abrandar nossos caminhos

Que Vossa Luz possa sempre aumentar em Teu

Amor, misericórdia e no Pai

E que asssim sejas louvada para todo o Sempre."



Oração recebida por Nelson Pires Filho em mensagem de nosso querido e amado Cigano Sr Pablo Ramirez.
Extraída do Livro CIGANOS - ROM um povo sem fronteiras!

Ed. Madras
Autor: Nelson Pires Filho
e protegida por direitos autorais.



Tradução para o idioma Romani(ou romanez):
Hino Internacional Cigano



Consagrou-se oficialmente durante o Primeiro Congresso Cigano em 1971 em Londres, como o Hino Internacional dos Ciganos uma adaptação feita em uma canção popular cigana dos países europeus, com versos inspirados nos ciganos que foram reclusos nos campos de concentração durante a segunda guerra mundial de autoria do Rom yugoslavo Jarko Jovanovic, de nome DGELEM, DGELEM. Cuja letra segue abaixo em romanez e em seguida traduzida para o português para conhecimento de seu conteúdo. Com versão nova dada por Seronia Vishnevsky (lovari)

Dgelem, Dgelem

Dgelem, Dgelem lungone dromentsa

Maladjilem bhartalé romentsa


Ai, ai, romale, ai shavalê (bis)


Naís tumengue shavale

Patshiv dan man romale


Ai, ai, romale, ai shavalê (bis)


Vi mande sas romni ay shukar shavê

Mudarde mura família

Lê katany ande kale


Ai, ai, romale, ai shavalê (bis)


Shinde muro ilô

Pagerde mury luma


Ai, ai, romale, ai shavalê (bis)

Opré Romá

Aven putras nevo dromoro


Ai, ai, romale, ai shavalê (bis)



Tradução para o português:

Caminhei, caminhei longas estradas

Encontrei-me com romá (ciganos) de sorte


Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos


Obrigado rapazes ciganos

Pela festa louvor que me dão

Eu também tive mulher e filhos bonitos

Mataram minha família

Os soldados de uniforme preto


Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos


Cortaram meu coração

Destruíram meu mundo

Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos


Pra cima Romá (Ciganos)

Avante vamos abrir novos caminhos


Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos!!!


Texto extraido do livro: CIGANOS - Rom um povo sem fronteiras!

Ed. Madras
Autor: Nelson Pires Filho
e protegido por direitos autorais.

História dos Ciganos

A história dos ciganos pode ser dividida em três partes: a origem, a dispersão e a situação atual. Como, porém, em uma parte posterior deste trabalho será aprofundado o item situação atual, não cabe neste capítulo relativo à história abordar esses dados. Serão apresentadas, então, as questões ligadas a sua origem até a chegada ao Brasil.

Os ciganos fazem parte de uma etnia de cultura própria, rica, já que por variadas razões encontram-se dispersos por todo o mundo, tendo passado, em suas andanças, por diferentes países, legando e enriquecendo a sua cultura. Uma pequena parcela, hoje em dia, ainda é nômade, mas a maioria, como no caso dos ciganos do Rio de Janeiro, é seminômade e sedentária.

Segundo Arthur R. Ivatts, sociólogo, educador britânico e assessor da Comissão Consultiva para a Educação dos Ciganos e Outros Nômades, a concentração maior desse povo fica na Europa, ou seja, da população mundial cigana, mais ou menos a metade é residente na Europa, sendo que dois terços na Europa Oriental, e, parte reside ainda, no norte e no sul da África, no Egito, na Argélia e no Sudão.

Nas Américas, o contingente está distribuído dos Estados Unidos à Argentina, tendo uma maior concentração no território brasileiro.
 

Devido ao modo de vida cigano, é difícil calcular o número exato deles, mas, segundo Ivatts, em 1975, sem contar com a Índia e o sudeste asiático, os ciganos eram, em média, cerca de sete a oito milhões em todo o mundo.

Antes de desenvolver o tema, é preciso deixar claro que o termo cigano é genérico, assim como índio, ou seja, dentro dessa etnia existem subdivisões e, nelas, existem famílias que fazem das tradições uma cultura própria de acordo com o subgrupo ao qual pertencem. No Brasil, mais particularmente no Rio de Janeiro, existem dois grandes grupos de ciganos: o Rom e o Calom.

O grupo Rom é mais disperso, pois, devido a sua origem extra-Ibérica, é encontrado no mundo todo, da União Soviética à Argentina. São os considerados ciganos autênticos e tradicionais. No Rio de Janeiro, foram contactadas famílias de três grupos rons: o Kalderash, o Khorakhanè e o Ragare.

Os nomes dos subgrupos são apresentados por força de uma profissão própria e predominante na família através dos tempos, como os kalderashès (ferreiros, caldeireiros, produtores de panelas, parafusos, utensílios, chaves, pregos, ferramentas, selas, cintos e outros objetos de couro). Alguns são exibidores de feras amestradas, os circenses (lovares) e (manushes). Outros ainda, que eram antigos negociantes de cavalos, atualmente, negociam com carros, sendo também exímios comerciantes, mecânicos e lanterneiros, como os ciganos do grupo Calom. Há também os que vendem ouro, jóias, roupas, tapetes, que são os mercadores ambulantes ou feirantes.

Os ciganos do grupo Calom situam-se, na Espanha — particularmente em Andaluzia, onde existe a maior concentração de calons — em Portugal, na África do Norte e no sul da França, são os chamados ciganos Ibéricos. Há muitos anos, alguns desse grupo foram deportados ou emigraram para as Américas, existindo, assim, uma grande parte desses ciganos no Brasil.

Diferenciam-se dos rons ( Romá) pelo aspecto físico, dialeto e costumes. Sua maioria encontra-se nômade, principalmente no Norte e Nordeste, mas uma grande parte já está totalmente sedentarizada, principalmente no Rio de Janeiro. Muitos exercem profissões ligadas à justiça: juízes, promotores, advogados, oficiais de justiça e policiais.

Os grupos e os subgrupos serão conhecidos minuciosamente no decorrer deste trabalho, mas, para finalizar essa visão histórica, é importante mencionar que o termo rom significa cigano para qualquer cigano, pois calom, como são conhecidos os ciganos Ibéricos, é o dialeto utilizado por estes desde a época da repressão na Espanha e em Portugal. O Romanês ou Romani, língua mundial cigana, traz a palavra rom significando homem, cigano e marido.


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Bandeira Cigana



A Bandeira como está foi instituída como símbolo internacional de todos os ciganos do mundo no ano de 1971, pela International Gypsy Committee Organized, no First World Romani Congress( primeiro congresso mundial cigano), realizado em Londres.

Seu significado:
A roda vermelha no centro simboliza a vida, representa o caminho a percorrer e o já percorrido, a tradição como continuísmo eterno, se sobrepõe ao azul e ao verde com seus aros representando a força do fogo, da transformação e movimento.

O azul:
Representa os valores espirituais, a paz, a ligação do consciente com os mundos superiores, significando a libertação e a liberdade.

O verde:
Representa a mãe natureza, a terra, o mundo orgânico (subterrâneo), a força e a luz do crescimento vinculado com as matas, com os caminhos desbravados e abertos pelos ciganos. Representa o sentimento de gratidão e respeito pela terra, o que ela nos oferece, de preservação pela natureza. Simboliza também a relação de respeito por tudo que ela nos oferece proporcionando a sobrevivência do homem e a obrigação de ser respeitada pelo homem que dela retira seus suprimentos, devendo mante-la defesa.

Destarte é claro hoje que o povo cigano foi vítima de preconceitos injustos e sem fundamento, em vista de seus hábitos de vida, roupagens e cerimoniais, entretanto, jamais se teve notícias de que houvessem provocado qualquer desajuste social ou entre nações ou deles participado, pela sua própria característica de ser um povo alegre, festeiro, amante da natureza e altivo, um povo orgulhoso de sua raça a ponto de contagiar aqueles não ciganos com sua graça e simpatia. Um povo que ao longo do tempo demonstrou muita sabedoria e união, caso contrário não os teríamos ainda presentes entre nós.

Vítimas de perseguição e injustiças destaca-se entre elas o ocorrido na segunda guerra mundial, onde milhares de ciganos foram recolhidos aos campos de concentração e desapareceram, acreditando-se que muito embora não se tenha dados fidedignos de números e quantidades, deve estar em torno ou por volta de dois milhões de ciganos desaparecidos na ocasião.

Hoje já se tem no Brasil a exemplo da Europa e do mundo o Instituto de Defesa dos Direitos da Etnia Cigana entre outros, que pretende agregar os Irmãos ciganos e não ciganos na compreensão de se fazer valer os direitos e garantias atinentes ao Povo Cigano, desejando combater pacifica e legalmente a discriminação, preconceitos e assim por diante. Bem como promover uma melhor comunicação e conhecimento a respeito, reivindicando benefícios e direitos em geral.

Texto extraido do Livro:
CIGANOS -Rom um Povo sem Fronteiras

Autor: Nelson Pires Filho
Ed. Madras e protegido por normas de direitos autorais
Permitida a reprodução desde que dado o devido crédito.

Bhártalê ay Sastiveste



Origens

Há uma lenda cigana, passada por gerações e gerações, que diz que o povo cigano foi guiado por um rei no passado e que se instalaram em uma cidade da Índia chamada Sind onde eram muito felizes. Mas em um conflito, os muçulmanos os expulsaram , destruindo toda a cidade. Desde então foram obrigados a vagar de uma nação a outra...

Outras informações sobre as origens dos ciganos foram obtidas através de estudos lingüísticos feitos a partir do século passado. A comparação entre os vários dialetos que constituem a língua cigana, chamada romaní ou romanês, e algumas línguas indianas, como o sânscrito, o prácrito, o maharate e o punjabi, permitiu que se estabelecesse com certeza a origem indiana dos ciganos.

A razão pela qual abandonaram as terras nativas da Índia permanece ainda envolvida em mistério. Parece que eram originariamente sedentários e que devido ao surgimento de situações adversas, tiveram que viver como nômades. Segundo outra lenda, narrada pelo poeta persa Firdausi no século V d.C., um rei persa mandou vir da Índia dez mil Luros, nome atribuído aos ciganos, para entreter o seu povo com música.

É provável que a corrente migratória tenha passado na Pérsia, mas em data mais recente, entre os séculos IX e X. Vários grupos penetraram no Ocidente, seja pelo Egito, seja pela via dos peregrinos, isto é, Creta e o Peloponeso. O caráter misterioso dos ciganos deixou uma profunda impressão na sociedade medieval.

Mas a curiosidade se transformou em hostilidade, devido aos hábitos de vida muito diferentes daqueles que tinham as populações sedentárias.

A presença de bandos de ex-militares e de mendigos entre os ciganos contribuiu para piorar sua imagem. Além disso, as possibilidades de assentamento eram escassas, pois a única possibilidade de sobrevivência consistia em viver às margens das sociedades. Os preconceitos já existentes eram reforçados pelo convencimento difundido na Europa que a pele escura fosse sinal de inferioridade e de malvadeza.

Os ciganos eram facilmente identificados com os Turcos porque indiretamente e em parte eram provenientes das terras dos infiéis, assim eram considerados inimigos da igreja, a qual, condenava as práticas ligadas ao sobrenatural, como a cartomancia e a leitura das mãos que os ciganos costumavam exercer. A falta de uma ligação histórica precisa a uma pátria definida ou a uma origem segura não permitia o reconhecimento como grupo étnico bem individualizado, ainda que por longo tempo haviam sido qualificados como Egípcios.

A oposição aos ciganos se delineou também nas corporações, que tendiam a excluir concorrentes no artesanato, sobretudo no âmbito do trabalho com metais. O clima de suspeitas e preconceitos se percebe na criação de lendas e provérbios tendendo a por os ciganos sob mau conceito, a ponto de recorrer-se à Bíblia para considerá-los descendentes de Caim, e portanto, malditos (Gênesis 9:25).

Difundiu-se também a lenda de que eles teriam fabricado os pregos que serviram para crucificar Cristo (ou, segundo outra versão, que eles teriam roubado o quarto prego, tornando assim mais dolorosa a crucificação do Senhor).

Dos preconceitos á discriminação, até chegar as perseguições. Na Sérvia e na Romênia foram mantidos em estado de escravidão por um certo tempo; a caça ao cigano aconteceu com muita crueldade e com bárbaros tratamentos. Deportações, torturas e matanças foram praticadas em vários Estados, especialmente com a consolidação dos Estados nacionais.

Sob o nazismo os ciganos tiveram um tratamento igual ao dos judeus: muitos deles foram enviados aos campos de concentração, onde foram submetidos a experiências de esterilização, usados como cobaias humanas. Calcula-se que meio milhão de ciganos tenha sido eliminado durante o regime nazista.

Atualmente, os ciganos estão presentes em todos os países europeus, nas regiões asiáticas por eles atravessadas, nos países do oriente médio e do norte da África. Na Índia existem grupos que conservam os traços exteriores das populações ciganas: trata-se dos Lambadi ou Banjara, populações semi-nômades que os "ciganólogos" definem como "Ciganos que permaneceram na pátria".

Nas Américas e na Austrália eles chegaram acompanhando deportados e colonos; sucessivamente estabeleceram fluxos migratórios para aquelas regiões. Recentes estimativas sobre a consistência da população cigana indicam uma cifra ao redor de 12 milhões de indivíduos.

Deve-se salientar que estes dados são aproximados, pois na ausência de censos, esses se baseiam em fontes de informação nem sempre corretas e confirmadas. Na Itália inicialmente o grupo dos Sintos representava uma grande maioria, sobretudo no Norte; mas nos últimos trinta anos esse grupo foi progressivamente alcançado e às vezes suplantado pelo grupo dos Rom provenientes da vizinha antiga Iugoslávia e, em quantidades menores, de outros países do leste europeu.
Na Itália meridional já estava presente há muito tempo o grupo dos Rom Abruzzesi, vindos talvez por mar desde os Balcãs.

A ORIGEM

A origem indiana dos ciganos é hoje admitida por todos os estudiosos. População indo-européia, mais especialmente indo-iraniana: não há dúvidas quanto ao que diz respeito à língua e à cultura. Os indianistas modernos, no entanto, têm tendência a não considerá-lo um grupo homogêneo, mas um povo viajante muito antigo, composto de elementos diversos, alguns dos quais poderiam vir do sudeste da Índia.

A maior parte dos indianistas, porém, fixa a pátria dos ciganos no noroeste da Índia. A maioria, igualmente, os ligam à casta dos párias. Isso em parte por causa de seu aspecto miserável, que não se deve a séculos de perseguição, pois foi descrito bem antes da era das perseguições. Também por causa dos empregos subalternos e das profissões geralmente desprezadas na Índia contemporânea pelos indianos que lhes parecem estreitamente aparentados.

Um dos nomes mais freqüentemente dados aos ciganos era o de Egypcios. Por que esse nome, por que os títulos de duque ou conde do Pequeno Egito adotados com freqüência pelos chefes ciganos? Uma crônica de Constâncio menciona os "Ziginer", que visitam, em 1438, a cidade de uma ilha "não distante do Pequeno Egito". Um dos principais centros na costa do Peloponeso encontrava-se ao pé do monte Gype, conhecido pelo nome de Pequeno Egito.

Pode-se perguntar por que o local era chamado de Pequeno Egito. Não seria justamente por causa da presença dos Egypcios? O certo é que não pode se tratar do Egito africano. O itinerário das primeiras migrações ciganas não passa pela África do Norte. O geógrafo Bellon, ao visitar o vale do Nilo no século XVI, encontra, diz ele, pessoas designadas de Egypcios na Europa, pessoas que no próprio Egito eram consideradas estrangeiras e recém-chegadas.

Nenhum argumento histórico ou lingüístico permite confirmar a hipótese de algum êxodo dos ciganos do Egito, ao longo da costa africana para ganhar, pelo sul, a península ibérica. Ao contrário, os ciganos chegaram à Espanha pelo norte, depois de terem atravessado toda a Europa.

O cigano designa a si próprio como Rom, pelo menos na Europa (Lom, na Armênia; Dom, na Pérsia; Dom ou Dum, Síria) ou então como Manuche. Todos esses vocábulos são de origem indiana (manuche, ou manus, deriva diretamente do sânscrito) e significam "homem", principalmente homem livre. "Rom" e "Manuche" se aplicam a dois dos principais grupos ciganos da Europa Ocidental. Uma designação logrou êxito, a de uma antiga seita herética vinda da Ásia Menor à Grécia, os Tsinganos, dos quais subsistia - quando da chegada dos ciganos à terra bizantina - a fama de mágicos e adivinhos.

Os gregos diziam Gyphtoï ou Aigyptiaki; os albaneses, Evgité. Depois que partiram das terra gregas, ficou-lhes esse nome, sob diversas formas. O nome Égyptien era de uso corrente na França do séc. XV ao XVII. Em espanhol, Egiptanos, Egitanos, posteriormente Gitanos (de onde surgiu Gitans em francês); às vezes em português Egypcios; em inglês Egypcians ou Egypcions, Egypsies, posteriormente Gypsies; em neerlandês, Egyptenaren, Gipten ou Jippenessen.

LÍNGUA

A língua cigana (o romani) é uma língua da família indo-européia. Pelo vocabulário e pela gramática, está ligada ao sânscrito. Fazendo parte do grupo de línguas neo-indianas, é estreitamente aparentada a línguas vivas tais como o hindi, o goujrathi, o marathe, o cachemiri. No entanto, eles assimilariam muitos vocábulos das línguas dos países por onde passaram.

RELIGIÃO

Os ciganos, ao deixarem a Índia, não carregaram suas divindades. Eles possuíam na sua língua apenas uma palavra para designar Deus (Del, Devel). Eles se adaptaram facilmente às religiões dos países onde permaneceram. No mundo bizantino, tornaram-se cristãos. Já no início do século XIV, em Creta, praticavam o rito grego. Nos países conquistados pelos turcos, muitos ciganos permaneceram cristãos enquanto que outros renderam-se ao Islã. Desde suas primeiras migrações em direção ao Oeste eles diziam ser cristãos e se conduziam como peregrinos.

A peregrinação mais citada em nossos dias, quando nos referimos aos ciganos, é a de Saintes-Maries-de-la-Mer, na região da Camargue (sul da França). Antigamente era chamada de Notres-Dames-de-la-Mer. Mas não foi provado que, sob o Antigo Regime, os ciganos tenham tomado parte na grande peregrinação cristã de 24 e 25 de maio, tão popular desde a descoberta no tempo do rei René, das relíquias de Santa Maria Jacobé e de Santa Maria Salomé, que surgiram milagrosamente em uma praia vizinha. Nem que já venerassem a serva das santas Marias, Santa Sara a Egípcia, que eles anexarão mais tarde como sua compatriota e padroeira.

A origem do culto de Santa Sara permanece um mistério e foi provavelmente na primeira metade do século XIX que os Boêmios criaram o hábito da grande peregrinação anual à Camargue.


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Fonte: Livro Mille ans d'histoire des Tsiganes, autor: François de Vaux de Foletier
 
Curiosidades

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A família é sagrada para os ciganos. Os filhos normalmente representam uma forte fonte de subsistência. As mulheres através da prática de esmolar e da leitura de mãos. Os homens, atingida uma certa idade, são freqüentemente iniciados em outras atividades como acompanhar o pai às feiras para ajudá-lo na venda de produtos artesanais.

Além do núcleo familiar, a família extensa, que compreende os parentes com os quais sempre são mantidas relações de convivência no mesmo grupo, comunhão de interesses e de negócios, possuem freqüentes contatos, mesmo se as famílias vivem em lugares diferentes.

Um exemplo de classificação da sociedade cigana (tirado em parte do livro Mutation Tsigane, de J.P.Liégeois):

grupo > subgrupo> nátsija (nacionalidade) > vítsa (descendência, leva o nome do chefe da estirpe) > família > indivíduo

ROM
Kalderásha
Serbijája (Sérvios)
Minéshti
Demítro
x, y, ...........
Márcovitch
Ianov
Jinov
x, y, ...........
outros
x, y, ...........
Papinéshti
Jonéshti
Frunkaléshti
outros
Moldovája (Moldávios)
Demóni
Jonikóni
Poróni
outros
Grekúrja (Gregos)
Bedóni
Kiriléshti
Shandoróni
outros
Vúngrika (Húngaros)
Jonéshti
outros
Hokrakané ou Horahanê (Turcos)
Taierovitchi
Marcovitchi
outros
Lovára
Machwáya
Ivanovitchi
Boyásha (Ciganos de Circo)
outros

SINTI (ou MANUSH)
Gáchkane (Alemães) etc.
Estrekárja (Austríacos) etc.
Valshtiké (Franceses)
Piemontákeri (Piemonteses)
Lombardos
Marquigianos
outros

KALÉ (ou GITANOS ou CIGANOS)
Catalães etc.
Andaluzes
Portugueses

Nota:

Enquanto que entre os Rom a classificação em "subgrupos" acontece com base em identificação de tipo ergonímico (denominação que traz origem na profissão tradicionalmente exercida), entre os Sintos e os Kalé os subgrupos são geralmente designados segundo um conceito de natureza toponímica (referindo-se a lugares de assentamento histórico).

Diferentemente dos Rom, estes não conhecem outras classificações de "nátsija" e de "vítsa". Pode-se porém afirmar que o subgrupo entre os Sintos e os Kalé na realidade corresponda à "nátsja" dos Rom.

Com base nisso, o esquema de classificação social desses dois grupos pode ser configurado do seguinte modo:

grupo > subgrupo (= nátsija)> família > indivíduo

Além da família extensa, há entre os rom um conjunto de várias famílias( não necessariamente unidas entre si por laços de parentesco) mas todas pertencentes ao mesmo grupo e ao mesmo subgrupo.

O nômade é por sua própria natureza individualista e mal suporta a presença de um chefe: se tal figura não existe entre Sintos e Rom, deve-se reconhecer o respeito existente com os mais velhos, aos quais sempre recorrem. Entre os Rom a máxima autoridade judiciária é constituída pelo krisnítori, isto é, por aquele que preside a kris.

A kris é um verdadeiro tribunal cigano, constituído pelos membros mais velhos do grupo e se reúne em casos especiais, quando se deve resolver problemas delicados como controvérsias matrimoniais ou ações cometidas com danos para membros do mesmo grupo. Na kris podem participar também as mulheres, que são admitidas para falar, e a decisão unilateral cabe aos membros anciães designados, presididos pelo krisnítori, que após haver escutado as partes litigantes, decidem, depois de uma consulta, a punição que o que estiver errado deverá sofrer.

Recentemente, a controvérsia se resolve ,em geral, com o pagamento de uma soma proporcional ao tamanho da culpa, que pode chegar a vários milhares de dólares; no passado, se a culpa era particularmente grave, a punição podia consistir no afastamento do grupo ou, às vezes, em penas corporais.

Diáspora Cigana

Há cerca de mil anos, um grupo de famílias saiu da Índia em direção ao Oeste. A essa decisão – tomada em local incerto e por motivos ignorados – devemos a sobrevivência da língua romani, a alegria inigualável das orquestras ciganas presentes através dos séculos, tanto nos palácios como nas praças, as rapsódias húngaras de Franz Lizt, o flamenco espanhol, os versos do Romancero Gitano, de Frederico Garcia Lorca, a crença nos milagres de Santa Sara, a peregrinação a Saintes-Marie-de-la Mer, na França, o aparecimento dos violinistas de restaurante indicando o momento do beijo nos filmes de Hollywood da década de 50, o conhecimento de nosso destino pela leitura das linhas das mãos.

Devemos também à diáspora dos ciganos a criação de inúmeras heroínas literárias, desde ciganas legítimas – como Esmeralda amada por Quasímodo, o corcunda de Notre Dame, a Gitanilla de Miguel de Cervantes Saavedra e a Carmem de Georges Bizet – até Capitu, que apesar de brasileira tinha olhos não apenas de ressaca, mas "de cigana oblíqua de dissimulada".



Devemos aos ciganos, enfim, a interminável intriga romântica dos 155 capítulos da novela "Explode Coração", exibida pela Rede Globo, e o remorso por termos deixado que fossem exterminados em massa durante o genocídio nazista.

Nós, os "gadje" - como eles nos chamam -, tivemos pelos ciganos, nos seus mil anos de diáspora, uma atitude pendular entre o fascínio e a desconfiança. Admiramos seu estilo de vida sem âncoras nem raízes, domando ursos, negociando cavalos, trabalhando o cobre, fazendo música.

Por outro lado, os acusamos de todos os males infamantes, da feitiçaria ao canibalismo, de rogar pragas a roubar crianças. Na verdade, as crianças roubadas foram as suas. Um exemplo entre muitos: o trem que chegou a Buchenwald em 10 de outubro de 1944 trazia 800 crianças ciganas. Foram todas assassinadas nas câmaras de gás do crematório cinco.

Durante muito tempo, não acreditávamos que os ciganos tivessem sequer uma língua. Os sons que pronunciavam aos ouvidos ocidentais como algaravia, simples código para melhor enganar os "gadje". Também não sabíamos por que eram chamados ciganos ou gitanos.

A palavra cigana teria sua origem nos "atzigani", seita herética do Oriente médio, praticante da quiromancia, enquanto gitano, corruptela de egiptano (gitane, em francês, gypcie, em inglês) seria uma lembrança da passagem dos ciganos pelo Egito de nossos, não o Egito de nossos Atlas modernos, mas o chamado "pequeno Egito", ocupando o lugar da Grécia. A explicação mais usual é que seriam sobreviventes da Atlântida.

Foi preciso esperar o século XIX para que surgisse a luz. Estudos sobre as origens da língua cigana – o romani – tornaram-se verdadeira ciência graças aos trabalhos do alemão Pott, do grego Paspati, do austríaco Micklosicyh, do italiano Ascoli. Comprovaram eles que o romani pertence à família indo-européia.

Pelo vocabulário e pela gramática está ligado ao sânscrito (como o português ao latim). Fazendo parte do grupo de línguas neo-indianas, é estritamente aparentando a línguas vivas, tais como o hindi, o goujrathi, o marata e o cachemiri.

Identificando as palavras que foram incorporando-se ao idioma original e seguindo as indicações dos antropólogos, dos historiadores, das tradições orais e até dos grupos sangüíneos foi possível estabelecer com certeza a origem dos ciganos no norte da Índia.

Vieram eles do Estado atual de Délhi ou de seus arredores, muito possivelmente do Rajastão. De lá seguiram até a Pérsia, onde seu caminho se separou em tridente, uma ponta descendo para o Egito, a segunda morrendo na Armênia, a terceira avançando pela Turquia e pela Grécia, de onde os ciganos espalharam-se por toda a Europa e, atravessando o mar, pelo continente americano. No Brasil, os primeiros grupos chegaram no século XVII, ao Maranhão.

Por onde passavam, os ciganos deixavam sua marca na música e na dança. Puristas afirmam que não existem músicas e danças essencialmente ciganas, mas apenas influências, o que gera controvérsias nas classificações. Mas esse é um assunto para especialistas.

O certo é que o cigano não apenas assimilava a música dos países nos quais vivia, mas a mantinha viva, era capaz de enriquecê-la e recicla-la a sua maneira, transportando-a além das fronteiras.

Sua música encantava igualmente o povo e a aristocracia, um dos motivos pelos quais os primeiros grupos que surgiram na Europa, por volta do século XIV, foram bem recebidos.

Cedo, no entanto, surgiu o preconceito com suas conseqüências. Primeiro, a exclusão dos ritos sociais: a Igreja não enterrava ciganos em campos consagrados nem batizava seus filhos. Depois, o arsenal completo da perseguição: ferro em brasa, forca, decapitação, suplício da roda, deportação em massa.

No tempo do nazismo, os ciganos sofreram a mesma sorte dos judeus e dos homossexuais, assassinados lado a lado nos campos de concentração de Ravensbrück, Dachau, Buchenwald, Auschwitz e Birkenau. Não se sabe bem por qual razão, os nazistas permitiram que conservassem seus instrumentos musicais. A música serviu-lhes de último consolo.

Um sobrevivente não cigano relembra uma passagem do ano de 1939 em Buchenwald: "De repente, o som de um violino cigano surgiu de uma das barracas, ao longe, como que vindo de uma época e de uma atmosfera mais feliz... Árias da estepe húngara, melodias de Viena e de Budapeste, canções de minha terra".

Música Cigana

Foi na Europa central e oriental que a música cigana (vocal e instrumental) teve – e continua a ter – seu público mais fiel e apaixonado. Os elementos musicais turco-árabes, recolhidos pelos músicos ciganos nas cores dos paxás e dos beis, floresceram na Hungria com a incorporação dos instrumentos, da técnica, da orquestração e da harmonização europeus.

Desde o século XVII, os senhores magiares mantinham orquestras ciganas.

Dois nomes ficaram na história: o do cimbalista Simon Banyak, protegido da imperatriz Maria Teresa, e Janos Bihari, autor de "Kronunhs", música para o coração da imperatriz Maria Luisa da Hungria, em 1808.

Assim como na Hungria e na Transilvânia, os ciganos eram numerosos na Moldávia, na Valáquia e nos países que viviam a formar a Iugoslávia. Grupos de cantores ciganos foram introduzidos na Rússia pelo conde Aléxis da Moldávia, sob o reinado de Catarina, a Grande, e fizeram enorme sucesso nos anos que se seguiram à guerra de 1812 contra Napoleão.

A música cigana espanhola, conhecida desde os tempos de Cervantes, ganhou popularidade universal com o canto jondo.

Vários compositores europeus foram intensamente influenciados pelos ciganos. Além de Liszt, o mais conhecido, também Haydn, Schubert, Beethoven e Brahms.

Dança Cigana

Danças ciganas sempre foram atração especial nas cortes européias, a começar pela francesa. Desde o tempo de Henrique IV apresentavam-se dançarinos ciganos no castelo de Fontainebleau e na residência da marquesa de Sévigné. Moliére, em O Casamento Forçado, introduz no palco um grupo de ciganos e ciganos dançando ao som de pandeiros. Numa das apresentações, o próprio Luís XIV dançou vestido de cigano.

Na Turquia, a dança era uma das profissões ciganas mais características. O cortejo das tropas de Constantinopla que desfilou para sultão Mourad IV, no século XVII, tinha, após a seção dos músicos, uma seção de dançarinos, entre os quais numerosos ciganos.

Em Portugal, a Farsa das Ciganas, de Gil Vicente, apresentada em 1521, mostrava quatro mulheres ciganas que cantavam e dançavam.

Foi na Espanha, entretanto e, sobretudo nas terras do sul, no antigo reinado de Granada, que a dança cigana floresceu em seu terreno mais fértil. De seu encontro com a arte árabe nasceria o inigualável flamenco da Andaluzia.

A Língua dos Ciganos

A língua cigana (o romanez) é uma língua da família indo-européia. Pelo vocabulário e pela gramática, está ligada ao sânscrito. Fazendo parte do grupo de línguas neo-indianas, é estreitamente aparentada a línguas vivas tais como o hindi, o goujrathi, o marathe, o cachemiri. No entanto, eles assimilariam muitos vocábulos das línguas dos países por onde passaram.

Religião dos Ciganos

Os ciganos, ao deixarem a Índia, não carregaram suas divindades. Eles possuíam na sua língua apenas uma palavra para designar Deus (Del, Devel). Eles se adaptaram facilmente às religiões dos países onde permaneceram. No mundo bizantino, tornaram-se cristãos. Já no início do século XIV, em Creta, praticavam o rito grego.

Nos países conquistados pelos turcos, muitos ciganos permaneceram cristãos enquanto que outros renderam-se ao Islã. Desde suas primeiras migrações em direção ao Oeste eles diziam ser cristãos e se conduziam como peregrinos.

A peregrinação mais citada em nossos dias, quando nos referimos aos ciganos, é a de Saintes-Maries-de-la-Mer, na região da Camargue (sul da França). Antigamente era chamada de Notres-Dames-de-la-Mer. Mas não foi provado que, sob o Antigo Regime, os ciganos tenham tomado parte na grande peregrinação cristã de 24 e 25 de maio, tão popular desde a descoberta no tempo do rei René, das relíquias de Santa Maria Jacobé e de Santa Maria Salomé, que surgiram milagrosamente em uma praia vizinha. Nem que já venerassem a serva das santas Marias, Santa Sara a Egípcia, que eles anexarão mais tarde como sua compatriota e padroeira.

A origem do culto de Santa Sara permanece um mistério e foi provavelmente na primeira metade do século XIX que os Boêmios criaram o hábito da grande peregrinação anual a Camargue.

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Santa Sara Kali

A Cigana Escrava que Venceu os Mares com sua Fé e Virou Santa

Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões.

Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar.

Aí então Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito.

Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer.
Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias.
Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio.

Segundo o livro oráculo (único escrito por uma verdadeira cigana)
"Lilá Romai: Cartas Ciganas", escrito por Mirian Stanescon - Rorarni, princesa do clã Kalderash, deve ter nascido deste gesto de Sara Kali a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço que é a peça mais importante do seu vestuário: a prova disto é que quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz: "Dalto chucar diklô" (Te darei um bonito lenço).

Além de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer no Sul da França, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um Diklô, o mais bonito que encontrassem.

E lá existem centenas de lenços, como prova que muitas ciganas receberam esta graça.
Para as mulheres ciganas, o milagre mais importante da vida é o da fertilidade porque não concebem suas vidas sem filhos.
Quanto mais filhos a mulher cigana tiver, mais dotada de sorte ela é considerada pelo seu povo.
A pior praga para uma cigana é desejar que ela não tenha filhos e a maior ofensa é chamá-la de DY CHUCÔ (ventre seco).
 
Talvez seja este o motivo das mulheres ciganas terem desenvolvido a arte de simpatias e garrafadas milagrosas para fertilidade.

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Rituais

O Nome na maçã

Pegue uma maçã e um pedacinho de papel branco.
Escreva nesse papel o nome da pessoa amada.
Faça um furo na maçã e coloque, nesse furo, o pedacinho de papel com o nome escrito.
Feche esse buraco com mel e açúcar.
Vá até um jardim público, coloque-se de costas e atire a maçã por sobre a cabeça.
Retire-se sem olhar para trás.
Não retorne a esse lugar por sete dias.


Encantamento com fotografia

Pegue uma fotografia da pessoa amada, amarre uma fita vermelha horizontalmente, deixando as pontas pendentes.
Prenda-a do lado de fora da porta da frente da sua casa, numa noite de lua cheia, após as nove horas da noite.
Deixe até o dia seguinte, quando deve retirá-la e pô-la debaixo do travesseiro, até a pessoa voltar. (E ela volta!). 

Para prender o coração de alguém

Costure um saquinho de veludo vermelho colocando dentro arruda, uma foto de seu amor e alecrim, de forma que a foto fique entre as duas plantas.
Termine de fechar com linha, mas não dê nenhum nó no arremate.
Simplesmente continue alinhavando ao redor do saquinho até a linha terminar.
Nenhum pedaço deve sobrar nem ser jogado fora.
Feito isso, introduza a agulha no interior do saquinho.
Passe a carregar consigo esse talismã e sempre nas sextas-feiras de Lua Cheia, tente se aproximar dessa pessoa e conversar, mas sempre só após as nove horas da noite.
Quando você conseguir o que pretende, enterre o saquinho perto de uma bonita árvore.

Receita Cigana de Banho para atrair o seu amor

Se você tem banheira, use-a.
Se não, coloque em uma panela grande, contendo 2 litros de água.
Coloque arruda, erva doce, açúcar cristal ,um ramo de amor agarradinho e uma gota de seu perfume usual na água aquecida sem ferver.
Após o seu banho normal, jogue a água sobre você (ou entre na banheira) mentalizando o seu amor.
Acenda uma vela vermelha para o cigano Wladimir (protetor dos grandes amores).

Ritual de Nascimento

O cigano preserva muito a sua sorte.
Existem várias crenças para mantê-la, da vida uterina até a morte.
Diariamente a gestante cigana faz um ritual simples para que a criança ao nascer tenha sorte: ao avistar os primeiros raios de sol, passa a mão em sua barriga; da mesma forma, logo que vê os primeiros raios de luar, ela repete o gesto, desejando sorte e felicidade para o bebê.
Esta é a forma dela saudar as forças da natureza e pedir-lhe as bênçãos de suas luzes para a vida que já existe em seu ventre.
No sétimo dia após o nascimento da criança a mãe dá um banho no bebê, jogando moedas e jóias de ouro e pétalas de rosas em sua água, para que o filho ou filha conheça sempre a fartura , a prosperidade e a riqueza.



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Ditados

Vários ditados ciganos em Romanês fazem alusão à benção de gerar filhos:

• "E JULI QUE NAILA CHAVÊ TSHI NAKEU PA TRAIO"
( A mulher que não tem filho passa pela vida e não vive);

• "MAI FALIL IEC CHAU ANDO DJY, DIKÊ IEK GUNÔ PERDO GALBENTSA"
( Mais vale um filho no ventre do que um baú cheio de moedas de ouro);}

• "NAI LOVÊ ANDÊ LUMA CAI POTINEL IEC SHAVO"
( Não existe dinheiro no mundo que pague um filho).

Dentro da comunidade cigana, o casal em que um dos dois seja impossibilitado de ter filhos, embora amando-se, a comunidade faz com que se separem, porque o amor que se têm pela perpetuação da raça supera ou abafa qualquer outro sentimento.

A família, para o povo cigano, é o seu maior patrimônio.

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Incensos

Usados de maneira correta, criam uma atmosfera no ambiente, de energia, equilíbrio e harmonia, que ajuda o ser humano a sintonizar mais facilmente com os planos superiores.

Como ainda hoje acontece, em épocas passadas o incenso era usado para quatro finalidades:

1) Para Agradar aos Deuses:
Acreditava-se que o cheiro agradável e aromático que o próprio homem sentia agradaria aos deuses ou à divindade. Vamos chamá-lo de função de oferenda do incenso.

2) Meio de Oração:
O incenso era visto como um meio para a oração. Acreditava-se que a fumaça ascendente levaria aos deuses as petições daqueles que queimavam o incenso. Por causa de seu cheiro agradável acreditava-se que deveria ser um meio ao qual os deuses não podiam se fechar.

3) Meio de Neutralização:
O incenso era queimado para mascarar ou neutralizar o mau cheiro oriundo de imolações (animais e outros materiais). Pela mesma razão também era usado nos funerais.

4) Meio de Influência Inter-Humana:
O aroma e as vibrações do incenso sintonizam aquele que o queima com uma determinada finalidade ou dão um determinado estado de ânimo às diversas pessoas que se encontram no ambiente onde o incenso é queimado. O aroma e as vibrações despertam em todas as pessoas determinadas sensações e lembrança e sintonizam a psique e a mente com certos objetivos.

O USO DO INCENSO NA ANTIGUIDADE (Histórico)

Entre os Hebreus (com referência no Velho Testamento)

O uso do incenso teve desde a antigüidade um sentido de purificação e proteção. Para os egípcios ele constituía uma forma de manifestação da divindade. No culto dos mortos via-se no uso do incenso um guia para a vida do além.

A partir do momento em que o incenso começou a entrar nos rituais - provavelmente inspirados pelos babilônios - conquistou um papel cada vez mais importante na adoração de Deus.

Aos poucos, no contexto de uma religiosidade mais espiritual, o incenso tornou-se símbolo da oração que se eleva a Deus, significando também a adoração prestada aos deuses.

No judaísmo o incenso era símbolo da adoração e do sacrifício. O odor do incenso devia servir também para aplacar a ira de Javé. De modo geral, o incenso constitui um símbolo de adoração e de veneração a Deus.

O sacrifício do incenso e a adoração identificam, sendo ambos um sacrifício a Deus. Existem numerosas referências contidas no Antigo Testamento a respeito do incenso fazem supor que também entre os hebreus daquela época o uso do incenso era tradicional. Hoje os cientistas são unânimes em dizer que era apenas em torno do século VII antes de Cristo que os judeus incorporaram o incenso em seus rituais.

Inicialmente, o incenso constava poucos ingredientes - óleo de mirra, gálbano e olíbano puro. Seu preparo era reservado aos sacerdotes e acontecia de uma maneira sublime e secreta.

Eis as medidas passadas por Deus à Moisés segundo a Bíblia (Velho Testamento):

Êxodo 30:34 - Disse mais o Senhor a Moisés: Toma especiarias aromáticas: estoraque, onicha e gálbano, especiarias aromáticas com incenso puro; de cada uma delas tomarás peso igual; 35 e disto farás incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, temperado com sal, puro e santo; 36 e uma parte dele reduzirás a pó e o porás diante do testemunho, na tenda da revelação onde eu virei a ti; coisa santíssima vos será. 37 Ora, o incenso que fareis conforme essa composição, não o fareis para vós mesmos; santo vos será para o Senhor.

Queimava-se incenso durante os sacrifícios e quando amadureciam as primeiras frutas. Além do mais, era queimado, independentemente de tais acontecimentos externos, de manhã e à noite sobre um altar especial, ou num turíbulo especial. Grandes doses de incenso aromático também eram usados para a purificação das mulheres.

NO EGITO DOS FARAÓS

Os antigos egípcios eram mestres no preparo e uso dos incensos. O mais famoso de todos os incensos egípcios é o kyfi. O historiador romano Plutarco escreveu as seguintes palavras sobre o kyfi do Egito Antigo : "Os ingredientes de kyfi proporcionam-nos bem estar à noite. Kyfi é capaz de acolher as pessoas, pode provocar sonhos e fazer esquecer as preocupações cotidianas, dando calma e serenidade a todos que o inalam."

A mistura dos ingredientes de kyfi era preparada durante um ritual secreto acompanhado do canto de textos sagrados. Seu preparo exigia um ritual especial, extremamente secreto no templo. O efeito misterioso do kyfi consistia em gerar um estado de ordem e harmonia.

No antigo Egito, a queima de incenso era uma parte importante em todos em todos os rituais, já que a cada um dos ingredientes dos diversos tipos de incenso eram atribuídas características mágicas e místicas específicas.

Além disso, os egípcios queimavam incenso para, durante suas práticas médicas, expulsar demônios, considerados responsáveis por determinadas doenças.

Até onde sabemos hoje, os egípcios tradicionalmente preparam o kyfi.

A ANTIGÜIDADE GREGA

Apenas um cientista defende a teoria de que o incenso teria chegado aos gregos através do culto a Afrodite, tendo em vista que na Fenícia e em Chipre tradicionalmente se queimava incenso no culto dessa deusa.

Posteriormente, os gregos importaram o incenso da Arábia, como um produto comercial. À semelhança do costume de outros povos, os gregos também queimavam incenso quando faziam imolações, tanto como oferenda independentemente aos deuses quanto como um meio para neutralizar e purificar o cheiro ruim das imolações.

A oferenda de incenso era feita em combinações com frutas, pão, trigo e outros alimentos, ou era oferecida isoladamente em cultos para os deuses ou em rituais domésticos. O incenso também era dado como presente a outras pessoas.

Às vezes, o incenso era jogado sobre o altar de oferendas de modo que seus aromas pudessem se misturar com a fumaça do sacrifício ou as vezes de uma imolação. Queimava-se também incenso fora dos templos.

Os gregos conheciam os incensários que podiam ser segurados na mão. Através de hinos antigos da Grécia, sabemos ainda que no culto de Orfeu eram usados muitos tipos de incenso.

OS ROMANOS

Na religião romana oficial considerava-se como a oferenda sangrenta mais importante o oferecimento de TUS, que designava tanto o incenso em geral quanto a goma-resina (olíbano) em especial. Um ritual era considerado incompleto se não fosse usado o TUS.

Também os deusas da casa recebiam sua porção incensos. Nos altares maiores, era queimado sobre braseiros ou sobre pequenos altares portáteis (foci turibulum). O incenso era transportado e armazenado numa caixinha chamada acerrra, que se enterrava nos túmulos junto com os mortos.

Nos casos de imolações queimava-se uma mistura de incenso, açafrão e louro.

Na época das grandes perseguições dos cristãos pelo imperador Décio, cerca de 250 depois de Cristo, a queima de incenso, era o que o cristão podia provar sua lealdade diante do Estado, e portanto, diante da religião do Estado. Era costume também queimar incenso diante de "retratos ou esculturas" do imperador ou até mesmo diante de sua presença.

OS HINDUS

Poderíamos considerar o hinduísmo um dos baluartes do uso do incenso. Os hindus foram ávidos por aromas e na Antigüidade Clássica, já foram famosos por seus perfumes.

Os hindus queimava incenso pelos mesmos motivos que já vimos, entre os gregos e os romanos, ou seja, de modo ritualístico em público ou no ambiente da casa.

Nessa mesma tradição enquadra-se também a vidente indiana que durante as sessões tenta despertar sua inspiração com a ajuda de plantas e árvores sagradas.

No hinduísmo moderno, o uso do incenso está amplamente difundido. Assim no culto em homenagem a Shiva diante da pedra orissa quanto das estátuas de Krishna se queimam cânfora e incenso.

CRISTIANISMO

Nos ritos da Igreja Cristã, o incenso foi introduzido de forma paulatina. Os cultos da igreja primitiva tinham um caráter simples e, com exceção de finalidades de simples purificação, o incenso era evitado, pois era visto como elemento de origem judaica ou pagã.

O uso do incenso parece evidente para fins cerimoniais não era mais novidade entre os anos de 385 e 388, mas, ao contrário, já havia se tornado tradição. É praticamente certo que o uso do incenso pelos cristãos remete ao estabelecimento oficial da Igreja de Constantino.

Muitas autoridades eclesiásticas afirmam que a ausência de incenso nas listas dos inventários decorre do fato de que nos primeiros trezentos anos depois da época dos apóstolos simplesmente não se usava incenso nas igrejas.

Depois do século V, o uso do incenso foi pouco a pouco se estendendo cada vez mais na Igreja. Desse modo, no século XIV, o incenso já era uma parte indispensável dentro da Missa e de outros cultos religiosos, como as vésperas, a consagração de igrejas e as procissões e funerais.

O fato de que o uso do incenso remetia aos judeus e/ou ao paganismo podem de fato, ter causado a resistência ao incenso dos primeiros cristãos. Não obstante, o incenso era efetivamente usado naquela época para fins de purificação.

A receita do incenso mais antiga que conhecemos por tradição está contida no livro de Êxodo, do Antigo Testamento (capítulo 30, versículo 34). E por fim, o incenso fazia parte também dos presentes que os Três Reis Magos do Oriente trouxeram ao menino Jesus recém nascido (Mateus 2:11 - E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra).

O INCENSO NAS FALANGES CIGANAS

Alguns dos incensos e suas funções astrais:

MADEIRA: para abrir os caminhos

ALMISCAR: para favorecer os romances

JASMIM: para o amor

LOTUS: paz, tranqüilidade

BENJOIM: para proteção e limpeza

SANDALO: para estabelecer relação com o astral

MIRRA: incenso sagrado usado para limpar após os rituais e durante eles e também usado quando vai se desfazer alguma demanda ou feitiço.

LARANJA: para acalmar alguém ou ambiente.

Todo incenso deve ser usado com cautela nunca em demasia como fazem algumas pessoas e deve ser sempre dirigido a alguma causa. Não deve ser utilizado simplesmente por usar, por nada ou sem motivo, deve sempre ter um dono que o receba e que tenha seu nome pronunciado no momento do pedido. O incenso é um expediente sagrado e tem sido usado em rituais sagrados de toda espécie desde que o homem é homem.

Mantém um poder grande de evocação espiritual e astral e não deve ser usado tão somente para perfumar ambientes ou sem causa porque sempre estaria alcançando uma egrégora qualquer com a vibração que provoca e que está quieta em seu lugar, tem o condão de atrair energia de toda espécie e dos dois planos astrais, negativo e positivo, tem força de ritual e de alimento também, tem força de rejeição ou de atração dependendo do patamar alcançado e da situação especial de quem as ascende.

É por demais conhecido no mundo da mística astral e por vezes seu uso ou o que emana no mundo imaterial chega a ser disputado quando não pertence a ninguém que o esteja recebendo, podendo muitas vezes provocar visitas ansiosas por novos incensos a serem utilizados.

Pode parecer simples e de nenhuma gravidade, bem como aconselhado em outras egregoras como de bom agouro e condutor de sorte, limpeza e bom astral, em algumas vezes até como calmante ou nivelação energética de ambientes, contudo, seu uso como tudo no mundo deve ser feito com o critério necessário e mantida a relação correta com o que e quem se pretende atingir, na sua ardência e utilização, sem contar com as preferencias milenares já existentes em alguns casos, no mundo imaterial por uma avalanche de viventes e energias de tipos diversos.

O uso inadvertido ou pouco conhecido de determinados instrumentos destinados, regra geral a rituais, consagrações e outros tantos motivos, não é aconselhável. Fato que nos leva à necessidade de orientação, pesquisa e instrução à respeito. As coisas que por vezes nos parecem muito simples e que por qualquer motivo nos faz um aparente bem, mas que não esteja dentro de nosso domínio de conhecimento, requer maior atenção e aprendizado.

Quando se tratar de espírito cigano, com certeza ele indicará o incenso de sua preferencia ou de sua necessidade naquele momento, regra geral o incenso mantêm sempre correspondência com a área de atuação dele ou dela ou do trabalho que estará sendo levado a efeito. Quando se tratar de oferendas e já não estiver estipulado o incenso certo para acompanhar e houver sua necessidade solicitada, bem como nas consagrações o incenso que deve acompanhar devera sempre ser o de maior correspondência com o próprio cigano ou cigana. No caso de uma oferenda normal e tão somente necessária para manutenção, agrado ou tratamento sugere-se o incenso espiritual ou de rosa, que mantém efeito de evocação de leveza, de elevação ou mesmo de louvação espiritual.

Quando se pretender que alguma coisa , objeto ou ambiente seja bem energizado, ou mesmo se tratar de alguma consagração de algum instrumento utilizado por eles, e for feito sem a participação efetiva do cigano ou cigana e com a devida autorização, pode-se usar o incenso de ópio ou mesmo sândalo, se nenhum foi indicado. É interessante que se tenha sempre a mão esses incensos, no caso de algum cigano pedir para exercer qualquer vibração de energização em algum objeto qualquer que deseje dar ou mesmo prepara para alguém.

Trecho extraído do livro "Rituais e Mistérios do Povo Cigano"
Autor: Nelson Pires Filho.

Ed. Madras

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Povo Cigano


ORAÇÃO A SANTA SARA KALI

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RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS


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"Minha Mãe e querida Sara Kali,

que em vida atravessaste os mares

e com vossa fé levaste à vida novamente

todos que contigo estavam;

Vós que Divina e Santa és

amada e cultuada por todos nós,

mãe de todos ciganos e do nosso Povo

Senhora do amor e da misericórdia

Protetora dos Rom

Vós que conhecestes o preconceito e a diferença

Vós que conhecestes a maldade muitas

vezes dentro do coração humano

Olhai por nós

Derramai sobre vossos filhos, vosso amor

vossa Luz e vossa paz

Dái-nos vossa proteção para que nossos caminhos

Sejam repletos de prosperidade e saúde

Carrega-nos com vossas mãos e protegei nossa liberdade,

nossas famílias e colocai no homem mais fraternidade

Derramai vossa Luz nas vossas filhas, para que possam

gerar a continuação livre do nosso povo

Olhai por nós em nossos momentos de

dificuldade e sofrimento, acalmai nossos corações

nos momentos de fúria, guardai-nos do mau

e dos nossos inimigos,

derramai em nossas cabeças vossa Paz

para que em paz possamos viver

abençoai-nos com Teu amor

Santa Sara Kali, que ao Pai celestial possas levar

nossas orações e abrandar nossos caminhos

Que Vossa Luz possa sempre aumentar em Teu

Amor, misericórdia e no Pai

E que asssim sejas louvada para todo o Sempre."



Oração recebida por Nelson Pires Filho em mensagem de nosso querido e amado Cigano Sr Pablo Ramirez.
Extraída do Livro CIGANOS - ROM um povo sem fronteiras!

Ed. Madras
Autor: Nelson Pires Filho
e protegida por direitos autorais.



Tradução para o idioma Romani(ou romanez):
Hino Internacional Cigano

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Consagrou-se oficialmente durante o Primeiro Congresso Cigano em 1971 em Londres, como o Hino Internacional dos Ciganos uma adaptação feita em uma canção popular cigana dos países europeus, com versos inspirados nos ciganos que foram reclusos nos campos de concentração durante a segunda guerra mundial de autoria do Rom yugoslavo Jarko Jovanovic, de nome DGELEM, DGELEM. Cuja letra segue abaixo em romanez e em seguida traduzida para o português para conhecimento de seu conteúdo. Com versão nova dada por Seronia Vishnevsky (lovari)

Dgelem, Dgelem

Dgelem, Dgelem lungone dromentsa

Maladjilem bhartalé romentsa


Ai, ai, romale, ai shavalê (bis)


Naís tumengue shavale

Patshiv dan man romale


Ai, ai, romale, ai shavalê (bis)


Vi mande sas romni ay shukar shavê

Mudarde mura família

Lê katany ande kale


Ai, ai, romale, ai shavalê (bis)


Shinde muro ilô

Pagerde mury luma


Ai, ai, romale, ai shavalê (bis)

Opré Romá

Aven putras nevo dromoro


Ai, ai, romale, ai shavalê (bis)



Tradução para o português:

Caminhei, caminhei longas estradas

Encontrei-me com romá (ciganos) de sorte


Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos


Obrigado rapazes ciganos

Pela festa louvor que me dão

Eu também tive mulher e filhos bonitos

Mataram minha família

Os soldados de uniforme preto


Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos


Cortaram meu coração

Destruíram meu mundo

Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos


Pra cima Romá (Ciganos)

Avante vamos abrir novos caminhos


Ai, ai ciganos, ai jovens ciganos!!!


Texto extraido do livro: CIGANOS - Rom um povo sem fronteiras!

Ed. Madras
Autor: Nelson Pires Filho
e protegido por direitos autorais.

História dos Ciganos

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A história dos ciganos pode ser dividida em três partes: a origem, a dispersão e a situação atual. Como, porém, em uma parte posterior deste trabalho será aprofundado o item situação atual, não cabe neste capítulo relativo à história abordar esses dados. Serão apresentadas, então, as questões ligadas a sua origem até a chegada ao Brasil.

Os ciganos fazem parte de uma etnia de cultura própria, rica, já que por variadas razões encontram-se dispersos por todo o mundo, tendo passado, em suas andanças, por diferentes países, legando e enriquecendo a sua cultura. Uma pequena parcela, hoje em dia, ainda é nômade, mas a maioria, como no caso dos ciganos do Rio de Janeiro, é seminômade e sedentária.

Segundo Arthur R. Ivatts, sociólogo, educador britânico e assessor da Comissão Consultiva para a Educação dos Ciganos e Outros Nômades, a concentração maior desse povo fica na Europa, ou seja, da população mundial cigana, mais ou menos a metade é residente na Europa, sendo que dois terços na Europa Oriental, e, parte reside ainda, no norte e no sul da África, no Egito, na Argélia e no Sudão.

Nas Américas, o contingente está distribuído dos Estados Unidos à Argentina, tendo uma maior concentração no território brasileiro.
 

Devido ao modo de vida cigano, é difícil calcular o número exato deles, mas, segundo Ivatts, em 1975, sem contar com a Índia e o sudeste asiático, os ciganos eram, em média, cerca de sete a oito milhões em todo o mundo.

Antes de desenvolver o tema, é preciso deixar claro que o termo cigano é genérico, assim como índio, ou seja, dentro dessa etnia existem subdivisões e, nelas, existem famílias que fazem das tradições uma cultura própria de acordo com o subgrupo ao qual pertencem. No Brasil, mais particularmente no Rio de Janeiro, existem dois grandes grupos de ciganos: o Rom e o Calom.

O grupo Rom é mais disperso, pois, devido a sua origem extra-Ibérica, é encontrado no mundo todo, da União Soviética à Argentina. São os considerados ciganos autênticos e tradicionais. No Rio de Janeiro, foram contactadas famílias de três grupos rons: o Kalderash, o Khorakhanè e o Ragare.

Os nomes dos subgrupos são apresentados por força de uma profissão própria e predominante na família através dos tempos, como os kalderashès (ferreiros, caldeireiros, produtores de panelas, parafusos, utensílios, chaves, pregos, ferramentas, selas, cintos e outros objetos de couro). Alguns são exibidores de feras amestradas, os circenses (lovares) e (manushes). Outros ainda, que eram antigos negociantes de cavalos, atualmente, negociam com carros, sendo também exímios comerciantes, mecânicos e lanterneiros, como os ciganos do grupo Calom. Há também os que vendem ouro, jóias, roupas, tapetes, que são os mercadores ambulantes ou feirantes.

Os ciganos do grupo Calom situam-se, na Espanha — particularmente em Andaluzia, onde existe a maior concentração de calons — em Portugal, na África do Norte e no sul da França, são os chamados ciganos Ibéricos. Há muitos anos, alguns desse grupo foram deportados ou emigraram para as Américas, existindo, assim, uma grande parte desses ciganos no Brasil.

Diferenciam-se dos rons ( Romá) pelo aspecto físico, dialeto e costumes. Sua maioria encontra-se nômade, principalmente no Norte e Nordeste, mas uma grande parte já está totalmente sedentarizada, principalmente no Rio de Janeiro. Muitos exercem profissões ligadas à justiça: juízes, promotores, advogados, oficiais de justiça e policiais.
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Os grupos e os subgrupos serão conhecidos minuciosamente no decorrer deste trabalho, mas, para finalizar essa visão histórica, é importante mencionar que o termo rom significa cigano para qualquer cigano, pois calom, como são conhecidos os ciganos Ibéricos, é o dialeto utilizado por estes desde a época da repressão na Espanha e em Portugal. O Romanês ou Romani, língua mundial cigana, traz a palavra rom significando homem, cigano e marido.

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Bandeira Cigana

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A Bandeira como está foi instituída como símbolo internacional de todos os ciganos do mundo no ano de 1971, pela International Gypsy Committee Organized, no First World Romani Congress( primeiro congresso mundial cigano), realizado em Londres.

Seu significado:
A roda vermelha no centro simboliza a vida, representa o caminho a percorrer e o já percorrido, a tradição como continuísmo eterno, se sobrepõe ao azul e ao verde com seus aros representando a força do fogo, da transformação e movimento.

O azul:
Representa os valores espirituais, a paz, a ligação do consciente com os mundos superiores, significando a libertação e a liberdade.

O verde:
Representa a mãe natureza, a terra, o mundo orgânico (subterrâneo), a força e a luz do crescimento vinculado com as matas, com os caminhos desbravados e abertos pelos ciganos. Representa o sentimento de gratidão e respeito pela terra, o que ela nos oferece, de preservação pela natureza. Simboliza também a relação de respeito por tudo que ela nos oferece proporcionando a sobrevivência do homem e a obrigação de ser respeitada pelo homem que dela retira seus suprimentos, devendo mante-la defesa.

Destarte é claro hoje que o povo cigano foi vítima de preconceitos injustos e sem fundamento, em vista de seus hábitos de vida, roupagens e cerimoniais, entretanto, jamais se teve notícias de que houvessem provocado qualquer desajuste social ou entre nações ou deles participado, pela sua própria característica de ser um povo alegre, festeiro, amante da natureza e altivo, um povo orgulhoso de sua raça a ponto de contagiar aqueles não ciganos com sua graça e simpatia. Um povo que ao longo do tempo demonstrou muita sabedoria e união, caso contrário não os teríamos ainda presentes entre nós.

Vítimas de perseguição e injustiças destaca-se entre elas o ocorrido na segunda guerra mundial, onde milhares de ciganos foram recolhidos aos campos de concentração e desapareceram, acreditando-se que muito embora não se tenha dados fidedignos de números e quantidades, deve estar em torno ou por volta de dois milhões de ciganos desaparecidos na ocasião.

Hoje já se tem no Brasil a exemplo da Europa e do mundo o Instituto de Defesa dos Direitos da Etnia Cigana entre outros, que pretende agregar os Irmãos ciganos e não ciganos na compreensão de se fazer valer os direitos e garantias atinentes ao Povo Cigano, desejando combater pacifica e legalmente a discriminação, preconceitos e assim por diante. Bem como promover uma melhor comunicação e conhecimento a respeito, reivindicando benefícios e direitos em geral.

Texto extraido do Livro:
CIGANOS -Rom um Povo sem Fronteiras

Autor: Nelson Pires Filho
Ed. Madras e protegido por normas de direitos autorais
Permitida a reprodução desde que dado o devido crédito.

Bhártalê ay Sastiveste


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Origens

Há uma lenda cigana, passada por gerações e gerações, que diz que o povo cigano foi guiado por um rei no passado e que se instalaram em uma cidade da Índia chamada Sind onde eram muito felizes. Mas em um conflito, os muçulmanos os expulsaram , destruindo toda a cidade. Desde então foram obrigados a vagar de uma nação a outra...

Outras informações sobre as origens dos ciganos foram obtidas através de estudos lingüísticos feitos a partir do século passado. A comparação entre os vários dialetos que constituem a língua cigana, chamada romaní ou romanês, e algumas línguas indianas, como o sânscrito, o prácrito, o maharate e o punjabi, permitiu que se estabelecesse com certeza a origem indiana dos ciganos.

A razão pela qual abandonaram as terras nativas da Índia permanece ainda envolvida em mistério. Parece que eram originariamente sedentários e que devido ao surgimento de situações adversas, tiveram que viver como nômades. Segundo outra lenda, narrada pelo poeta persa Firdausi no século V d.C., um rei persa mandou vir da Índia dez mil Luros, nome atribuído aos ciganos, para entreter o seu povo com música.

É provável que a corrente migratória tenha passado na Pérsia, mas em data mais recente, entre os séculos IX e X. Vários grupos penetraram no Ocidente, seja pelo Egito, seja pela via dos peregrinos, isto é, Creta e o Peloponeso. O caráter misterioso dos ciganos deixou uma profunda impressão na sociedade medieval.

Mas a curiosidade se transformou em hostilidade, devido aos hábitos de vida muito diferentes daqueles que tinham as populações sedentárias.

A presença de bandos de ex-militares e de mendigos entre os ciganos contribuiu para piorar sua imagem. Além disso, as possibilidades de assentamento eram escassas, pois a única possibilidade de sobrevivência consistia em viver às margens das sociedades. Os preconceitos já existentes eram reforçados pelo convencimento difundido na Europa que a pele escura fosse sinal de inferioridade e de malvadeza.

Os ciganos eram facilmente identificados com os Turcos porque indiretamente e em parte eram provenientes das terras dos infiéis, assim eram considerados inimigos da igreja, a qual, condenava as práticas ligadas ao sobrenatural, como a cartomancia e a leitura das mãos que os ciganos costumavam exercer. A falta de uma ligação histórica precisa a uma pátria definida ou a uma origem segura não permitia o reconhecimento como grupo étnico bem individualizado, ainda que por longo tempo haviam sido qualificados como Egípcios.

A oposição aos ciganos se delineou também nas corporações, que tendiam a excluir concorrentes no artesanato, sobretudo no âmbito do trabalho com metais. O clima de suspeitas e preconceitos se percebe na criação de lendas e provérbios tendendo a por os ciganos sob mau conceito, a ponto de recorrer-se à Bíblia para considerá-los descendentes de Caim, e portanto, malditos (Gênesis 9:25).

Difundiu-se também a lenda de que eles teriam fabricado os pregos que serviram para crucificar Cristo (ou, segundo outra versão, que eles teriam roubado o quarto prego, tornando assim mais dolorosa a crucificação do Senhor).

Dos preconceitos á discriminação, até chegar as perseguições. Na Sérvia e na Romênia foram mantidos em estado de escravidão por um certo tempo; a caça ao cigano aconteceu com muita crueldade e com bárbaros tratamentos. Deportações, torturas e matanças foram praticadas em vários Estados, especialmente com a consolidação dos Estados nacionais.

Sob o nazismo os ciganos tiveram um tratamento igual ao dos judeus: muitos deles foram enviados aos campos de concentração, onde foram submetidos a experiências de esterilização, usados como cobaias humanas. Calcula-se que meio milhão de ciganos tenha sido eliminado durante o regime nazista.

Atualmente, os ciganos estão presentes em todos os países europeus, nas regiões asiáticas por eles atravessadas, nos países do oriente médio e do norte da África. Na Índia existem grupos que conservam os traços exteriores das populações ciganas: trata-se dos Lambadi ou Banjara, populações semi-nômades que os "ciganólogos" definem como "Ciganos que permaneceram na pátria".

Nas Américas e na Austrália eles chegaram acompanhando deportados e colonos; sucessivamente estabeleceram fluxos migratórios para aquelas regiões. Recentes estimativas sobre a consistência da população cigana indicam uma cifra ao redor de 12 milhões de indivíduos.

Deve-se salientar que estes dados são aproximados, pois na ausência de censos, esses se baseiam em fontes de informação nem sempre corretas e confirmadas. Na Itália inicialmente o grupo dos Sintos representava uma grande maioria, sobretudo no Norte; mas nos últimos trinta anos esse grupo foi progressivamente alcançado e às vezes suplantado pelo grupo dos Rom provenientes da vizinha antiga Iugoslávia e, em quantidades menores, de outros países do leste europeu.
Na Itália meridional já estava presente há muito tempo o grupo dos Rom Abruzzesi, vindos talvez por mar desde os Balcãs.

A ORIGEM

A origem indiana dos ciganos é hoje admitida por todos os estudiosos. População indo-européia, mais especialmente indo-iraniana: não há dúvidas quanto ao que diz respeito à língua e à cultura. Os indianistas modernos, no entanto, têm tendência a não considerá-lo um grupo homogêneo, mas um povo viajante muito antigo, composto de elementos diversos, alguns dos quais poderiam vir do sudeste da Índia.

A maior parte dos indianistas, porém, fixa a pátria dos ciganos no noroeste da Índia. A maioria, igualmente, os ligam à casta dos párias. Isso em parte por causa de seu aspecto miserável, que não se deve a séculos de perseguição, pois foi descrito bem antes da era das perseguições. Também por causa dos empregos subalternos e das profissões geralmente desprezadas na Índia contemporânea pelos indianos que lhes parecem estreitamente aparentados.

Um dos nomes mais freqüentemente dados aos ciganos era o de Egypcios. Por que esse nome, por que os títulos de duque ou conde do Pequeno Egito adotados com freqüência pelos chefes ciganos? Uma crônica de Constâncio menciona os "Ziginer", que visitam, em 1438, a cidade de uma ilha "não distante do Pequeno Egito". Um dos principais centros na costa do Peloponeso encontrava-se ao pé do monte Gype, conhecido pelo nome de Pequeno Egito.

Pode-se perguntar por que o local era chamado de Pequeno Egito. Não seria justamente por causa da presença dos Egypcios? O certo é que não pode se tratar do Egito africano. O itinerário das primeiras migrações ciganas não passa pela África do Norte. O geógrafo Bellon, ao visitar o vale do Nilo no século XVI, encontra, diz ele, pessoas designadas de Egypcios na Europa, pessoas que no próprio Egito eram consideradas estrangeiras e recém-chegadas.

Nenhum argumento histórico ou lingüístico permite confirmar a hipótese de algum êxodo dos ciganos do Egito, ao longo da costa africana para ganhar, pelo sul, a península ibérica. Ao contrário, os ciganos chegaram à Espanha pelo norte, depois de terem atravessado toda a Europa.

O cigano designa a si próprio como Rom, pelo menos na Europa (Lom, na Armênia; Dom, na Pérsia; Dom ou Dum, Síria) ou então como Manuche. Todos esses vocábulos são de origem indiana (manuche, ou manus, deriva diretamente do sânscrito) e significam "homem", principalmente homem livre. "Rom" e "Manuche" se aplicam a dois dos principais grupos ciganos da Europa Ocidental. Uma designação logrou êxito, a de uma antiga seita herética vinda da Ásia Menor à Grécia, os Tsinganos, dos quais subsistia - quando da chegada dos ciganos à terra bizantina - a fama de mágicos e adivinhos.

Os gregos diziam Gyphtoï ou Aigyptiaki; os albaneses, Evgité. Depois que partiram das terra gregas, ficou-lhes esse nome, sob diversas formas. O nome Égyptien era de uso corrente na França do séc. XV ao XVII. Em espanhol, Egiptanos, Egitanos, posteriormente Gitanos (de onde surgiu Gitans em francês); às vezes em português Egypcios; em inglês Egypcians ou Egypcions, Egypsies, posteriormente Gypsies; em neerlandês, Egyptenaren, Gipten ou Jippenessen.

LÍNGUA

A língua cigana (o romani) é uma língua da família indo-européia. Pelo vocabulário e pela gramática, está ligada ao sânscrito. Fazendo parte do grupo de línguas neo-indianas, é estreitamente aparentada a línguas vivas tais como o hindi, o goujrathi, o marathe, o cachemiri. No entanto, eles assimilariam muitos vocábulos das línguas dos países por onde passaram.

RELIGIÃO

Os ciganos, ao deixarem a Índia, não carregaram suas divindades. Eles possuíam na sua língua apenas uma palavra para designar Deus (Del, Devel). Eles se adaptaram facilmente às religiões dos países onde permaneceram. No mundo bizantino, tornaram-se cristãos. Já no início do século XIV, em Creta, praticavam o rito grego. Nos países conquistados pelos turcos, muitos ciganos permaneceram cristãos enquanto que outros renderam-se ao Islã. Desde suas primeiras migrações em direção ao Oeste eles diziam ser cristãos e se conduziam como peregrinos.

A peregrinação mais citada em nossos dias, quando nos referimos aos ciganos, é a de Saintes-Maries-de-la-Mer, na região da Camargue (sul da França). Antigamente era chamada de Notres-Dames-de-la-Mer. Mas não foi provado que, sob o Antigo Regime, os ciganos tenham tomado parte na grande peregrinação cristã de 24 e 25 de maio, tão popular desde a descoberta no tempo do rei René, das relíquias de Santa Maria Jacobé e de Santa Maria Salomé, que surgiram milagrosamente em uma praia vizinha. Nem que já venerassem a serva das santas Marias, Santa Sara a Egípcia, que eles anexarão mais tarde como sua compatriota e padroeira.

A origem do culto de Santa Sara permanece um mistério e foi provavelmente na primeira metade do século XIX que os Boêmios criaram o hábito da grande peregrinação anual à Camargue.


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Fonte: Livro Mille ans d'histoire des Tsiganes, autor: François de Vaux de Foletier
 
Curiosidades

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A família é sagrada para os ciganos. Os filhos normalmente representam uma forte fonte de subsistência. As mulheres através da prática de esmolar e da leitura de mãos. Os homens, atingida uma certa idade, são freqüentemente iniciados em outras atividades como acompanhar o pai às feiras para ajudá-lo na venda de produtos artesanais.

Além do núcleo familiar, a família extensa, que compreende os parentes com os quais sempre são mantidas relações de convivência no mesmo grupo, comunhão de interesses e de negócios, possuem freqüentes contatos, mesmo se as famílias vivem em lugares diferentes.

Um exemplo de classificação da sociedade cigana (tirado em parte do livro Mutation Tsigane, de J.P.Liégeois):

grupo > subgrupo> nátsija (nacionalidade) > vítsa (descendência, leva o nome do chefe da estirpe) > família > indivíduo

ROM
Kalderásha
Serbijája (Sérvios)
Minéshti
Demítro
x, y, ...........
Márcovitch
Ianov
Jinov
x, y, ...........
outros
x, y, ...........
Papinéshti
Jonéshti
Frunkaléshti
outros
Moldovája (Moldávios)
Demóni
Jonikóni
Poróni
outros
Grekúrja (Gregos)
Bedóni
Kiriléshti
Shandoróni
outros
Vúngrika (Húngaros)
Jonéshti
outros
Hokrakané ou Horahanê (Turcos)
Taierovitchi
Marcovitchi
outros
Lovára
Machwáya
Ivanovitchi
Boyásha (Ciganos de Circo)
outros

SINTI (ou MANUSH)
Gáchkane (Alemães) etc.
Estrekárja (Austríacos) etc.
Valshtiké (Franceses)
Piemontákeri (Piemonteses)
Lombardos
Marquigianos
outros

KALÉ (ou GITANOS ou CIGANOS)
Catalães etc.
Andaluzes
Portugueses

Nota:

Enquanto que entre os Rom a classificação em "subgrupos" acontece com base em identificação de tipo ergonímico (denominação que traz origem na profissão tradicionalmente exercida), entre os Sintos e os Kalé os subgrupos são geralmente designados segundo um conceito de natureza toponímica (referindo-se a lugares de assentamento histórico).

Diferentemente dos Rom, estes não conhecem outras classificações de "nátsija" e de "vítsa". Pode-se porém afirmar que o subgrupo entre os Sintos e os Kalé na realidade corresponda à "nátsja" dos Rom.

Com base nisso, o esquema de classificação social desses dois grupos pode ser configurado do seguinte modo:

grupo > subgrupo (= nátsija)> família > indivíduo

Além da família extensa, há entre os rom um conjunto de várias famílias( não necessariamente unidas entre si por laços de parentesco) mas todas pertencentes ao mesmo grupo e ao mesmo subgrupo.

O nômade é por sua própria natureza individualista e mal suporta a presença de um chefe: se tal figura não existe entre Sintos e Rom, deve-se reconhecer o respeito existente com os mais velhos, aos quais sempre recorrem. Entre os Rom a máxima autoridade judiciária é constituída pelo krisnítori, isto é, por aquele que preside a kris.

A kris é um verdadeiro tribunal cigano, constituído pelos membros mais velhos do grupo e se reúne em casos especiais, quando se deve resolver problemas delicados como controvérsias matrimoniais ou ações cometidas com danos para membros do mesmo grupo. Na kris podem participar também as mulheres, que são admitidas para falar, e a decisão unilateral cabe aos membros anciães designados, presididos pelo krisnítori, que após haver escutado as partes litigantes, decidem, depois de uma consulta, a punição que o que estiver errado deverá sofrer.

Recentemente, a controvérsia se resolve ,em geral, com o pagamento de uma soma proporcional ao tamanho da culpa, que pode chegar a vários milhares de dólares; no passado, se a culpa era particularmente grave, a punição podia consistir no afastamento do grupo ou, às vezes, em penas corporais.

Diáspora Cigana

Há cerca de mil anos, um grupo de famílias saiu da Índia em direção ao Oeste. A essa decisão – tomada em local incerto e por motivos ignorados – devemos a sobrevivência da língua romani, a alegria inigualável das orquestras ciganas presentes através dos séculos, tanto nos palácios como nas praças, as rapsódias húngaras de Franz Lizt, o flamenco espanhol, os versos do Romancero Gitano, de Frederico Garcia Lorca, a crença nos milagres de Santa Sara, a peregrinação a Saintes-Marie-de-la Mer, na França, o aparecimento dos violinistas de restaurante indicando o momento do beijo nos filmes de Hollywood da década de 50, o conhecimento de nosso destino pela leitura das linhas das mãos.

Devemos também à diáspora dos ciganos a criação de inúmeras heroínas literárias, desde ciganas legítimas – como Esmeralda amada por Quasímodo, o corcunda de Notre Dame, a Gitanilla de Miguel de Cervantes Saavedra e a Carmem de Georges Bizet – até Capitu, que apesar de brasileira tinha olhos não apenas de ressaca, mas "de cigana oblíqua de dissimulada".


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Devemos aos ciganos, enfim, a interminável intriga romântica dos 155 capítulos da novela "Explode Coração", exibida pela Rede Globo, e o remorso por termos deixado que fossem exterminados em massa durante o genocídio nazista.

Nós, os "gadje" - como eles nos chamam -, tivemos pelos ciganos, nos seus mil anos de diáspora, uma atitude pendular entre o fascínio e a desconfiança. Admiramos seu estilo de vida sem âncoras nem raízes, domando ursos, negociando cavalos, trabalhando o cobre, fazendo música.

Por outro lado, os acusamos de todos os males infamantes, da feitiçaria ao canibalismo, de rogar pragas a roubar crianças. Na verdade, as crianças roubadas foram as suas. Um exemplo entre muitos: o trem que chegou a Buchenwald em 10 de outubro de 1944 trazia 800 crianças ciganas. Foram todas assassinadas nas câmaras de gás do crematório cinco.

Durante muito tempo, não acreditávamos que os ciganos tivessem sequer uma língua. Os sons que pronunciavam aos ouvidos ocidentais como algaravia, simples código para melhor enganar os "gadje". Também não sabíamos por que eram chamados ciganos ou gitanos.

A palavra cigana teria sua origem nos "atzigani", seita herética do Oriente médio, praticante da quiromancia, enquanto gitano, corruptela de egiptano (gitane, em francês, gypcie, em inglês) seria uma lembrança da passagem dos ciganos pelo Egito de nossos, não o Egito de nossos Atlas modernos, mas o chamado "pequeno Egito", ocupando o lugar da Grécia. A explicação mais usual é que seriam sobreviventes da Atlântida.

Foi preciso esperar o século XIX para que surgisse a luz. Estudos sobre as origens da língua cigana – o romani – tornaram-se verdadeira ciência graças aos trabalhos do alemão Pott, do grego Paspati, do austríaco Micklosicyh, do italiano Ascoli. Comprovaram eles que o romani pertence à família indo-européia.

Pelo vocabulário e pela gramática está ligado ao sânscrito (como o português ao latim). Fazendo parte do grupo de línguas neo-indianas, é estritamente aparentando a línguas vivas, tais como o hindi, o goujrathi, o marata e o cachemiri.

Identificando as palavras que foram incorporando-se ao idioma original e seguindo as indicações dos antropólogos, dos historiadores, das tradições orais e até dos grupos sangüíneos foi possível estabelecer com certeza a origem dos ciganos no norte da Índia.

Vieram eles do Estado atual de Délhi ou de seus arredores, muito possivelmente do Rajastão. De lá seguiram até a Pérsia, onde seu caminho se separou em tridente, uma ponta descendo para o Egito, a segunda morrendo na Armênia, a terceira avançando pela Turquia e pela Grécia, de onde os ciganos espalharam-se por toda a Europa e, atravessando o mar, pelo continente americano. No Brasil, os primeiros grupos chegaram no século XVII, ao Maranhão.

Por onde passavam, os ciganos deixavam sua marca na música e na dança. Puristas afirmam que não existem músicas e danças essencialmente ciganas, mas apenas influências, o que gera controvérsias nas classificações. Mas esse é um assunto para especialistas.

O certo é que o cigano não apenas assimilava a música dos países nos quais vivia, mas a mantinha viva, era capaz de enriquecê-la e recicla-la a sua maneira, transportando-a além das fronteiras.

Sua música encantava igualmente o povo e a aristocracia, um dos motivos pelos quais os primeiros grupos que surgiram na Europa, por volta do século XIV, foram bem recebidos.

Cedo, no entanto, surgiu o preconceito com suas conseqüências. Primeiro, a exclusão dos ritos sociais: a Igreja não enterrava ciganos em campos consagrados nem batizava seus filhos. Depois, o arsenal completo da perseguição: ferro em brasa, forca, decapitação, suplício da roda, deportação em massa.

No tempo do nazismo, os ciganos sofreram a mesma sorte dos judeus e dos homossexuais, assassinados lado a lado nos campos de concentração de Ravensbrück, Dachau, Buchenwald, Auschwitz e Birkenau. Não se sabe bem por qual razão, os nazistas permitiram que conservassem seus instrumentos musicais. A música serviu-lhes de último consolo.

Um sobrevivente não cigano relembra uma passagem do ano de 1939 em Buchenwald: "De repente, o som de um violino cigano surgiu de uma das barracas, ao longe, como que vindo de uma época e de uma atmosfera mais feliz... Árias da estepe húngara, melodias de Viena e de Budapeste, canções de minha terra".

Música Cigana

Foi na Europa central e oriental que a música cigana (vocal e instrumental) teve – e continua a ter – seu público mais fiel e apaixonado. Os elementos musicais turco-árabes, recolhidos pelos músicos ciganos nas cores dos paxás e dos beis, floresceram na Hungria com a incorporação dos instrumentos, da técnica, da orquestração e da harmonização europeus.

Desde o século XVII, os senhores magiares mantinham orquestras ciganas.

Dois nomes ficaram na história: o do cimbalista Simon Banyak, protegido da imperatriz Maria Teresa, e Janos Bihari, autor de "Kronunhs", música para o coração da imperatriz Maria Luisa da Hungria, em 1808.

Assim como na Hungria e na Transilvânia, os ciganos eram numerosos na Moldávia, na Valáquia e nos países que viviam a formar a Iugoslávia. Grupos de cantores ciganos foram introduzidos na Rússia pelo conde Aléxis da Moldávia, sob o reinado de Catarina, a Grande, e fizeram enorme sucesso nos anos que se seguiram à guerra de 1812 contra Napoleão.

A música cigana espanhola, conhecida desde os tempos de Cervantes, ganhou popularidade universal com o canto jondo.

Vários compositores europeus foram intensamente influenciados pelos ciganos. Além de Liszt, o mais conhecido, também Haydn, Schubert, Beethoven e Brahms.

Dança Cigana

Danças ciganas sempre foram atração especial nas cortes européias, a começar pela francesa. Desde o tempo de Henrique IV apresentavam-se dançarinos ciganos no castelo de Fontainebleau e na residência da marquesa de Sévigné. Moliére, em O Casamento Forçado, introduz no palco um grupo de ciganos e ciganos dançando ao som de pandeiros. Numa das apresentações, o próprio Luís XIV dançou vestido de cigano.

Na Turquia, a dança era uma das profissões ciganas mais características. O cortejo das tropas de Constantinopla que desfilou para sultão Mourad IV, no século XVII, tinha, após a seção dos músicos, uma seção de dançarinos, entre os quais numerosos ciganos.

Em Portugal, a Farsa das Ciganas, de Gil Vicente, apresentada em 1521, mostrava quatro mulheres ciganas que cantavam e dançavam.

Foi na Espanha, entretanto e, sobretudo nas terras do sul, no antigo reinado de Granada, que a dança cigana floresceu em seu terreno mais fértil. De seu encontro com a arte árabe nasceria o inigualável flamenco da Andaluzia.

A Língua dos Ciganos

A língua cigana (o romanez) é uma língua da família indo-européia. Pelo vocabulário e pela gramática, está ligada ao sânscrito. Fazendo parte do grupo de línguas neo-indianas, é estreitamente aparentada a línguas vivas tais como o hindi, o goujrathi, o marathe, o cachemiri. No entanto, eles assimilariam muitos vocábulos das línguas dos países por onde passaram.

Religião dos Ciganos

Os ciganos, ao deixarem a Índia, não carregaram suas divindades. Eles possuíam na sua língua apenas uma palavra para designar Deus (Del, Devel). Eles se adaptaram facilmente às religiões dos países onde permaneceram. No mundo bizantino, tornaram-se cristãos. Já no início do século XIV, em Creta, praticavam o rito grego.

Nos países conquistados pelos turcos, muitos ciganos permaneceram cristãos enquanto que outros renderam-se ao Islã. Desde suas primeiras migrações em direção ao Oeste eles diziam ser cristãos e se conduziam como peregrinos.

A peregrinação mais citada em nossos dias, quando nos referimos aos ciganos, é a de Saintes-Maries-de-la-Mer, na região da Camargue (sul da França). Antigamente era chamada de Notres-Dames-de-la-Mer. Mas não foi provado que, sob o Antigo Regime, os ciganos tenham tomado parte na grande peregrinação cristã de 24 e 25 de maio, tão popular desde a descoberta no tempo do rei René, das relíquias de Santa Maria Jacobé e de Santa Maria Salomé, que surgiram milagrosamente em uma praia vizinha. Nem que já venerassem a serva das santas Marias, Santa Sara a Egípcia, que eles anexarão mais tarde como sua compatriota e padroeira.

A origem do culto de Santa Sara permanece um mistério e foi provavelmente na primeira metade do século XIX que os Boêmios criaram o hábito da grande peregrinação anual a Camargue.

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Santa Sara Kali

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A Cigana Escrava que Venceu os Mares com sua Fé e Virou Santa

Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões.

Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar.

Aí então Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito.

Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer.
Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias.
Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio.

Segundo o livro oráculo (único escrito por uma verdadeira cigana)
"Lilá Romai: Cartas Ciganas", escrito por Mirian Stanescon - Rorarni, princesa do clã Kalderash, deve ter nascido deste gesto de Sara Kali a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço que é a peça mais importante do seu vestuário: a prova disto é que quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz: "Dalto chucar diklô" (Te darei um bonito lenço).

Além de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer no Sul da França, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um Diklô, o mais bonito que encontrassem.

E lá existem centenas de lenços, como prova que muitas ciganas receberam esta graça.
Para as mulheres ciganas, o milagre mais importante da vida é o da fertilidade porque não concebem suas vidas sem filhos.
Quanto mais filhos a mulher cigana tiver, mais dotada de sorte ela é considerada pelo seu povo.
A pior praga para uma cigana é desejar que ela não tenha filhos e a maior ofensa é chamá-la de DY CHUCÔ (ventre seco).
 
Talvez seja este o motivo das mulheres ciganas terem desenvolvido a arte de simpatias e garrafadas milagrosas para fertilidade.

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Rituais

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O Nome na maçã

Pegue uma maçã e um pedacinho de papel branco.
Escreva nesse papel o nome da pessoa amada.
Faça um furo na maçã e coloque, nesse furo, o pedacinho de papel com o nome escrito.
Feche esse buraco com mel e açúcar.
Vá até um jardim público, coloque-se de costas e atire a maçã por sobre a cabeça.
Retire-se sem olhar para trás.
Não retorne a esse lugar por sete dias.


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Encantamento com fotografia

Pegue uma fotografia da pessoa amada, amarre uma fita vermelha horizontalmente, deixando as pontas pendentes.
Prenda-a do lado de fora da porta da frente da sua casa, numa noite de lua cheia, após as nove horas da noite.
Deixe até o dia seguinte, quando deve retirá-la e pô-la debaixo do travesseiro, até a pessoa voltar. (E ela volta!). 

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Para prender o coração de alguém

Costure um saquinho de veludo vermelho colocando dentro arruda, uma foto de seu amor e alecrim, de forma que a foto fique entre as duas plantas.
Termine de fechar com linha, mas não dê nenhum nó no arremate.
Simplesmente continue alinhavando ao redor do saquinho até a linha terminar.
Nenhum pedaço deve sobrar nem ser jogado fora.
Feito isso, introduza a agulha no interior do saquinho.
Passe a carregar consigo esse talismã e sempre nas sextas-feiras de Lua Cheia, tente se aproximar dessa pessoa e conversar, mas sempre só após as nove horas da noite.
Quando você conseguir o que pretende, enterre o saquinho perto de uma bonita árvore.

Receita Cigana de Banho para atrair o seu amor

Se você tem banheira, use-a.
Se não, coloque em uma panela grande, contendo 2 litros de água.
Coloque arruda, erva doce, açúcar cristal ,um ramo de amor agarradinho e uma gota de seu perfume usual na água aquecida sem ferver.
Após o seu banho normal, jogue a água sobre você (ou entre na banheira) mentalizando o seu amor.
Acenda uma vela vermelha para o cigano Wladimir (protetor dos grandes amores).

Ritual de Nascimento

O cigano preserva muito a sua sorte.
Existem várias crenças para mantê-la, da vida uterina até a morte.
Diariamente a gestante cigana faz um ritual simples para que a criança ao nascer tenha sorte: ao avistar os primeiros raios de sol, passa a mão em sua barriga; da mesma forma, logo que vê os primeiros raios de luar, ela repete o gesto, desejando sorte e felicidade para o bebê.
Esta é a forma dela saudar as forças da natureza e pedir-lhe as bênçãos de suas luzes para a vida que já existe em seu ventre.
No sétimo dia após o nascimento da criança a mãe dá um banho no bebê, jogando moedas e jóias de ouro e pétalas de rosas em sua água, para que o filho ou filha conheça sempre a fartura , a prosperidade e a riqueza.


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Ditados

Vários ditados ciganos em Romanês fazem alusão à benção de gerar filhos:

• "E JULI QUE NAILA CHAVÊ TSHI NAKEU PA TRAIO"
( A mulher que não tem filho passa pela vida e não vive);

• "MAI FALIL IEC CHAU ANDO DJY, DIKÊ IEK GUNÔ PERDO GALBENTSA"
( Mais vale um filho no ventre do que um baú cheio de moedas de ouro);}

• "NAI LOVÊ ANDÊ LUMA CAI POTINEL IEC SHAVO"
( Não existe dinheiro no mundo que pague um filho).

Dentro da comunidade cigana, o casal em que um dos dois seja impossibilitado de ter filhos, embora amando-se, a comunidade faz com que se separem, porque o amor que se têm pela perpetuação da raça supera ou abafa qualquer outro sentimento.

A família, para o povo cigano, é o seu maior patrimônio.

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Incensos

Usados de maneira correta, criam uma atmosfera no ambiente, de energia, equilíbrio e harmonia, que ajuda o ser humano a sintonizar mais facilmente com os planos superiores.

Como ainda hoje acontece, em épocas passadas o incenso era usado para quatro finalidades:

1) Para Agradar aos Deuses:
Acreditava-se que o cheiro agradável e aromático que o próprio homem sentia agradaria aos deuses ou à divindade. Vamos chamá-lo de função de oferenda do incenso.

2) Meio de Oração:
O incenso era visto como um meio para a oração. Acreditava-se que a fumaça ascendente levaria aos deuses as petições daqueles que queimavam o incenso. Por causa de seu cheiro agradável acreditava-se que deveria ser um meio ao qual os deuses não podiam se fechar.

3) Meio de Neutralização:
O incenso era queimado para mascarar ou neutralizar o mau cheiro oriundo de imolações (animais e outros materiais). Pela mesma razão também era usado nos funerais.

4) Meio de Influência Inter-Humana:
O aroma e as vibrações do incenso sintonizam aquele que o queima com uma determinada finalidade ou dão um determinado estado de ânimo às diversas pessoas que se encontram no ambiente onde o incenso é queimado. O aroma e as vibrações despertam em todas as pessoas determinadas sensações e lembrança e sintonizam a psique e a mente com certos objetivos.

O USO DO INCENSO NA ANTIGUIDADE (Histórico)

Entre os Hebreus (com referência no Velho Testamento)

O uso do incenso teve desde a antigüidade um sentido de purificação e proteção. Para os egípcios ele constituía uma forma de manifestação da divindade. No culto dos mortos via-se no uso do incenso um guia para a vida do além.

A partir do momento em que o incenso começou a entrar nos rituais - provavelmente inspirados pelos babilônios - conquistou um papel cada vez mais importante na adoração de Deus.

Aos poucos, no contexto de uma religiosidade mais espiritual, o incenso tornou-se símbolo da oração que se eleva a Deus, significando também a adoração prestada aos deuses.

No judaísmo o incenso era símbolo da adoração e do sacrifício. O odor do incenso devia servir também para aplacar a ira de Javé. De modo geral, o incenso constitui um símbolo de adoração e de veneração a Deus.

O sacrifício do incenso e a adoração identificam, sendo ambos um sacrifício a Deus. Existem numerosas referências contidas no Antigo Testamento a respeito do incenso fazem supor que também entre os hebreus daquela época o uso do incenso era tradicional. Hoje os cientistas são unânimes em dizer que era apenas em torno do século VII antes de Cristo que os judeus incorporaram o incenso em seus rituais.

Inicialmente, o incenso constava poucos ingredientes - óleo de mirra, gálbano e olíbano puro. Seu preparo era reservado aos sacerdotes e acontecia de uma maneira sublime e secreta.

Eis as medidas passadas por Deus à Moisés segundo a Bíblia (Velho Testamento):

Êxodo 30:34 - Disse mais o Senhor a Moisés: Toma especiarias aromáticas: estoraque, onicha e gálbano, especiarias aromáticas com incenso puro; de cada uma delas tomarás peso igual; 35 e disto farás incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, temperado com sal, puro e santo; 36 e uma parte dele reduzirás a pó e o porás diante do testemunho, na tenda da revelação onde eu virei a ti; coisa santíssima vos será. 37 Ora, o incenso que fareis conforme essa composição, não o fareis para vós mesmos; santo vos será para o Senhor.

Queimava-se incenso durante os sacrifícios e quando amadureciam as primeiras frutas. Além do mais, era queimado, independentemente de tais acontecimentos externos, de manhã e à noite sobre um altar especial, ou num turíbulo especial. Grandes doses de incenso aromático também eram usados para a purificação das mulheres.

NO EGITO DOS FARAÓS

Os antigos egípcios eram mestres no preparo e uso dos incensos. O mais famoso de todos os incensos egípcios é o kyfi. O historiador romano Plutarco escreveu as seguintes palavras sobre o kyfi do Egito Antigo : "Os ingredientes de kyfi proporcionam-nos bem estar à noite. Kyfi é capaz de acolher as pessoas, pode provocar sonhos e fazer esquecer as preocupações cotidianas, dando calma e serenidade a todos que o inalam."

A mistura dos ingredientes de kyfi era preparada durante um ritual secreto acompanhado do canto de textos sagrados. Seu preparo exigia um ritual especial, extremamente secreto no templo. O efeito misterioso do kyfi consistia em gerar um estado de ordem e harmonia.

No antigo Egito, a queima de incenso era uma parte importante em todos em todos os rituais, já que a cada um dos ingredientes dos diversos tipos de incenso eram atribuídas características mágicas e místicas específicas.

Além disso, os egípcios queimavam incenso para, durante suas práticas médicas, expulsar demônios, considerados responsáveis por determinadas doenças.

Até onde sabemos hoje, os egípcios tradicionalmente preparam o kyfi.

A ANTIGÜIDADE GREGA

Apenas um cientista defende a teoria de que o incenso teria chegado aos gregos através do culto a Afrodite, tendo em vista que na Fenícia e em Chipre tradicionalmente se queimava incenso no culto dessa deusa.

Posteriormente, os gregos importaram o incenso da Arábia, como um produto comercial. À semelhança do costume de outros povos, os gregos também queimavam incenso quando faziam imolações, tanto como oferenda independentemente aos deuses quanto como um meio para neutralizar e purificar o cheiro ruim das imolações.

A oferenda de incenso era feita em combinações com frutas, pão, trigo e outros alimentos, ou era oferecida isoladamente em cultos para os deuses ou em rituais domésticos. O incenso também era dado como presente a outras pessoas.

Às vezes, o incenso era jogado sobre o altar de oferendas de modo que seus aromas pudessem se misturar com a fumaça do sacrifício ou as vezes de uma imolação. Queimava-se também incenso fora dos templos.

Os gregos conheciam os incensários que podiam ser segurados na mão. Através de hinos antigos da Grécia, sabemos ainda que no culto de Orfeu eram usados muitos tipos de incenso.

OS ROMANOS

Na religião romana oficial considerava-se como a oferenda sangrenta mais importante o oferecimento de TUS, que designava tanto o incenso em geral quanto a goma-resina (olíbano) em especial. Um ritual era considerado incompleto se não fosse usado o TUS.

Também os deusas da casa recebiam sua porção incensos. Nos altares maiores, era queimado sobre braseiros ou sobre pequenos altares portáteis (foci turibulum). O incenso era transportado e armazenado numa caixinha chamada acerrra, que se enterrava nos túmulos junto com os mortos.

Nos casos de imolações queimava-se uma mistura de incenso, açafrão e louro.

Na época das grandes perseguições dos cristãos pelo imperador Décio, cerca de 250 depois de Cristo, a queima de incenso, era o que o cristão podia provar sua lealdade diante do Estado, e portanto, diante da religião do Estado. Era costume também queimar incenso diante de "retratos ou esculturas" do imperador ou até mesmo diante de sua presença.

OS HINDUS

Poderíamos considerar o hinduísmo um dos baluartes do uso do incenso. Os hindus foram ávidos por aromas e na Antigüidade Clássica, já foram famosos por seus perfumes.

Os hindus queimava incenso pelos mesmos motivos que já vimos, entre os gregos e os romanos, ou seja, de modo ritualístico em público ou no ambiente da casa.

Nessa mesma tradição enquadra-se também a vidente indiana que durante as sessões tenta despertar sua inspiração com a ajuda de plantas e árvores sagradas.

No hinduísmo moderno, o uso do incenso está amplamente difundido. Assim no culto em homenagem a Shiva diante da pedra orissa quanto das estátuas de Krishna se queimam cânfora e incenso.

CRISTIANISMO

Nos ritos da Igreja Cristã, o incenso foi introduzido de forma paulatina. Os cultos da igreja primitiva tinham um caráter simples e, com exceção de finalidades de simples purificação, o incenso era evitado, pois era visto como elemento de origem judaica ou pagã.

O uso do incenso parece evidente para fins cerimoniais não era mais novidade entre os anos de 385 e 388, mas, ao contrário, já havia se tornado tradição. É praticamente certo que o uso do incenso pelos cristãos remete ao estabelecimento oficial da Igreja de Constantino.

Muitas autoridades eclesiásticas afirmam que a ausência de incenso nas listas dos inventários decorre do fato de que nos primeiros trezentos anos depois da época dos apóstolos simplesmente não se usava incenso nas igrejas.

Depois do século V, o uso do incenso foi pouco a pouco se estendendo cada vez mais na Igreja. Desse modo, no século XIV, o incenso já era uma parte indispensável dentro da Missa e de outros cultos religiosos, como as vésperas, a consagração de igrejas e as procissões e funerais.

O fato de que o uso do incenso remetia aos judeus e/ou ao paganismo podem de fato, ter causado a resistência ao incenso dos primeiros cristãos. Não obstante, o incenso era efetivamente usado naquela época para fins de purificação.

A receita do incenso mais antiga que conhecemos por tradição está contida no livro de Êxodo, do Antigo Testamento (capítulo 30, versículo 34). E por fim, o incenso fazia parte também dos presentes que os Três Reis Magos do Oriente trouxeram ao menino Jesus recém nascido (Mateus 2:11 - E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra).

O INCENSO NAS FALANGES CIGANAS

Alguns dos incensos e suas funções astrais:

MADEIRA: para abrir os caminhos

ALMISCAR: para favorecer os romances

JASMIM: para o amor

LOTUS: paz, tranqüilidade

BENJOIM: para proteção e limpeza

SANDALO: para estabelecer relação com o astral

MIRRA: incenso sagrado usado para limpar após os rituais e durante eles e também usado quando vai se desfazer alguma demanda ou feitiço.

LARANJA: para acalmar alguém ou ambiente.

Todo incenso deve ser usado com cautela nunca em demasia como fazem algumas pessoas e deve ser sempre dirigido a alguma causa. Não deve ser utilizado simplesmente por usar, por nada ou sem motivo, deve sempre ter um dono que o receba e que tenha seu nome pronunciado no momento do pedido. O incenso é um expediente sagrado e tem sido usado em rituais sagrados de toda espécie desde que o homem é homem.

Mantém um poder grande de evocação espiritual e astral e não deve ser usado tão somente para perfumar ambientes ou sem causa porque sempre estaria alcançando uma egrégora qualquer com a vibração que provoca e que está quieta em seu lugar, tem o condão de atrair energia de toda espécie e dos dois planos astrais, negativo e positivo, tem força de ritual e de alimento também, tem força de rejeição ou de atração dependendo do patamar alcançado e da situação especial de quem as ascende.

É por demais conhecido no mundo da mística astral e por vezes seu uso ou o que emana no mundo imaterial chega a ser disputado quando não pertence a ninguém que o esteja recebendo, podendo muitas vezes provocar visitas ansiosas por novos incensos a serem utilizados.

Pode parecer simples e de nenhuma gravidade, bem como aconselhado em outras egregoras como de bom agouro e condutor de sorte, limpeza e bom astral, em algumas vezes até como calmante ou nivelação energética de ambientes, contudo, seu uso como tudo no mundo deve ser feito com o critério necessário e mantida a relação correta com o que e quem se pretende atingir, na sua ardência e utilização, sem contar com as preferencias milenares já existentes em alguns casos, no mundo imaterial por uma avalanche de viventes e energias de tipos diversos.

O uso inadvertido ou pouco conhecido de determinados instrumentos destinados, regra geral a rituais, consagrações e outros tantos motivos, não é aconselhável. Fato que nos leva à necessidade de orientação, pesquisa e instrução à respeito. As coisas que por vezes nos parecem muito simples e que por qualquer motivo nos faz um aparente bem, mas que não esteja dentro de nosso domínio de conhecimento, requer maior atenção e aprendizado.

Quando se tratar de espírito cigano, com certeza ele indicará o incenso de sua preferencia ou de sua necessidade naquele momento, regra geral o incenso mantêm sempre correspondência com a área de atuação dele ou dela ou do trabalho que estará sendo levado a efeito. Quando se tratar de oferendas e já não estiver estipulado o incenso certo para acompanhar e houver sua necessidade solicitada, bem como nas consagrações o incenso que deve acompanhar devera sempre ser o de maior correspondência com o próprio cigano ou cigana. No caso de uma oferenda normal e tão somente necessária para manutenção, agrado ou tratamento sugere-se o incenso espiritual ou de rosa, que mantém efeito de evocação de leveza, de elevação ou mesmo de louvação espiritual.

Quando se pretender que alguma coisa , objeto ou ambiente seja bem energizado, ou mesmo se tratar de alguma consagração de algum instrumento utilizado por eles, e for feito sem a participação efetiva do cigano ou cigana e com a devida autorização, pode-se usar o incenso de ópio ou mesmo sândalo, se nenhum foi indicado. É interessante que se tenha sempre a mão esses incensos, no caso de algum cigano pedir para exercer qualquer vibração de energização em algum objeto qualquer que deseje dar ou mesmo prepara para alguém.

Trecho extraído do livro "Rituais e Mistérios do Povo Cigano"
Autor: Nelson Pires Filho.

Ed. Madras

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